Petição. O MIL - Movimento Internacional Lusófono difundiu hoje, através do blogue da Nova Águia o apelo que passamos a transcrever, e a que os Cadernos de Filosofia Extravagante se associam.
Verificando-se que editoras nacionais estão a proceder à desativação comercial dos livros não esgotados mediante a sua destruição, e que esta hipótese é igualmente contemplada pela editora do Estado português, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, o MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO considera isto um escandaloso crime de lesa-património, que vai fazer desaparecer muitos milhares de volumes preciosos da nossa cultura que, apesar do seu valor, não tiveram sucesso comercial junto do grande público.
Perante esta situação, o MIL apela a todos os cidadãos que assinem esta petição, exigindo que as editoras nacionais, e em particular a Imprensa Nacional - Casa da Moeda, não destruam as obras em questão, oferecendo-as antes às bibliotecas, escolas e centros culturais nacionais, aos leitorados de Português e departamentos onde se estude a Língua e a Cultura Portuguesas nas universidades estrangeiras, bem como às universidades e centros culturais dos países lusófonos. Para tanto, os Ministérios da Cultura, da Educação e dos Negócios Estrangeiros (este através do Instituto Camões), bem como a TAP AIR Portugal, devem-se articular com as Editoras na estratégia da distribuição e transporte dos livros a nível nacional e internacional. Em vez de se destruir património precioso e insubstituível, esta é uma ótima oportunidade de se prestar um serviço à cultura e à educação nacionais, bem como de promover a cultura portuguesa no espaço lusófono e no mundo, tarefa por todos reconhecida como fundamental na qual o Estado não se tem empenhado devidamente. PARA ASSINAR:http://www.gopetition.com/online/28707.html
Posso confirmar que isto é mesmo assim, citando o meu próprio exemplo: há pouco tempo recebi uma carta da editora Pergaminho,que publicou em 1999 uma colectânea de textos sobre Pessoa (de António Telmo, José Augusto Seabra, José Blanco, Yvette Centeno)num volume que eu próprio orientei. Porque se venderam poucos exemplares, a editora perguntava-me se eu aceitava que a obra fosse destruída ou que os exemplares fossem vendidos a preços mais baixos. Claro que disse que sim à segunda proposta e redondamente que não à primeira: não se propõe a destruição da obra ao seu criador ... Mas é nisto que estamos. Esta gente não ama os livros, ao contrário do que dizem -- convém ficar no retrato... Fazem livros como quem faz sabão. Industrialmente. Friamente. Nunca perceberão que destruir um livro é matar um sonho, matar o filho de um autor -- uma projecção da sua alma.
ResponderEliminarPese embora o facto do excelente trabalho de António Braz Teixeira à frente da Imprensa Nacional, o melhor era que deixasse de editar livros. E já que os edita, que os destrua, pois como vem na contra-capa do «Plutocrata»: " Il faut decourager les arts..."
ResponderEliminarToda esta divulgação, persuação, sensibilização etc., de tudo o que se crê ser importante, tem destruído o gosto...
A propósito do comentário do António Carlos Carvalho: foi na última Feira do Livro que me dirigi à Pergaminho, indagando justamente acerca desse seu livro. Foi-me dito que o livro estaria nos depósitos da distribuidora e que por ser uma edição demasiado antiga (?!?) não teria sido disponibilizado pela feira. Eu que contactasse a distribuidora...
ResponderEliminarPaulo.