(os textos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores)

Leia aqui a homenagem da Fundação António Quadros a António Telmo.



domingo, 1 de agosto de 2010

EXTRAVAGÂNCIAS, 74




Da rosa e do tempo
Eduardo Aroso

A António Telmo

A seiva demora-se nas ruas da cidade
E mesmo assim não se abre a rosa
Que vem da raiz de todas as idades
E só a virtude inteira faz formosa.

A seiva irrompe pródiga nas rotundas;
Alguma sobe, a que os olhos não alcançam.
Tantos corações numa oração compassada;
No céu, serenamente os anjos dançam.

Aqui a seiva demora-se, húmus da História.
Recordo a haste de Coimbra a Estremoz,
Este aroma que orvalha a memória
E ante o abismo da matéria fala em nós.
E mesmo assim não se abre a rosa
A que nada deixa cair no chão
E do Alto é inteira e saudosa.

Coimbra, 4-7-2010 (Dia da Rainha Santa Isabel)

1 comentário:

  1. Que bonito este poema! Que bela maneira de homenagear a rainha santa!

    - Isabel Xavier -

    ResponderEliminar