Eduardo Aroso
domingo, 12 de fevereiro de 2012
AFORISMOS, 133
Eduardo Aroso
O povo que, tendo elevado a alto grau o «elemento água», na retorta histórica dos oceanos, ligando o mundo e vencendo o gélido e húmido terror do medo, não é provável que agora se alheie radicalmente desse mesmo elemento aquoso, para se sintonizar em demasia com o elemento fogo, o das convulsões pela guerra ou das acções de alavancas industriais. Na simbologia água/sentimento-imaginação, no soberano sacrifício de existir Portugal, transmudou-se alegria em tristeza («Ó mar salgado, quanto do teu sal/ São lágrimas de Portugal!»), mas também decadência em renascença, «O inteiro mar, ou a orla vã desfeita - / O todo ou o seu nada».
No sentir subterrâneo, para onde fomos levados depois de Alcácer-Quibir, ainda é possível desabrochar na alma a potência para largar no inesperado.
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