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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

AO REDOR DO 31 DE JANEIRO, 2

“Os portugueses, desde o princípio do século XV até à colonização do Brasil, a mais vasta e mais perfeita colónia de todas as nações da Europa, derramaram-se pelo mundo, mas não se enfraqueceram. É a começar no século XV que se manifesta o sentimento de uma Pátria portuguesa, essa união afectiva dos espíritos através das distâncias, e que tendo por objectivo o território onde se passaram os anos felizes da vida da família, se torna o mais poderoso incentivo da actividade individual heróica e altruísta. O sentimento de Pátria foi o elo da nossa coesão nacional; enquanto esse sentimento se propagou, fomos fortes e grandes. Os homens de Plutarco não excedem os navegadores e guerreiros portugueses; devemos a esse sentimento as mais belas manifestações da Arte e da Literatura com que entrámos a uma altura digna no grande certame estético, científico e filosófico da Renascença. Somente quando esse sentimento de Pátria foi atrofiado pelo regímen intelectual e moral da educação jesuítica, é que Portugal caiu na incorporação da unidade castelhana sob o julgo da Casa de Áustria, e a nobreza se vendeu a Filipe II no intuito de dar força ao poderoso sustentáculo da unidade católica.”

Teófilo Braga, in A Pátria Portuguesa, Lello & Irmão, 1894

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