(os textos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores)

Leia aqui a homenagem da Fundação António Quadros a António Telmo.



quarta-feira, 8 de setembro de 2010

EXTRAVAGÂNCIAS, 93



Sacer esto
Pedro Martins
(actualizado)

Na sua edição de hoje, a segunda (note-se!) que sai após a partida de António Telmo, o quinzenário JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias não entendeu útil, justo ou necessário dedicar algumas linhas (meia dúzia que fossem) ao desaparecimento do filósofo, e persiste num estranho silêncio, tanto mais inexplicável quanto o triste facto foi noticiado, de forma bem visível, por títulos generalistas como o Público, o Diário de Notícias ou o Expresso.
Por outro lado, e como foi já amplamente anunciado, encontra-se agendada para o próximo dia 16, na Biblioteca Nacional, uma sessão de homenagem ao autor da História Secreta de Portugal, que, segundo julgo saber, será honrada com a presença do Director daquela instituição. Todavia, no portal da Biblioteca, e notadamente na sua agenda, nada se diz sobre o evento*.

Algures em Filosofia e Kabbalah, António Telmo refere-se ao sacer esto lançado sobre Álvaro Ribeiro. Não que eu tenha alguma vez duvidado disso. Mas hoje, melhor do que nunca, vê-se que sabia do que falava.
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* Recebi, entretanto, uma explicação para o facto de o portal da Biblioteca Nacional não divulgar o evento de dia 16. Não sendo estritamente relevante, para o caso, dar conta do teor dessa explicação, posso, contudo, asseverar aos leitores que da mesma resulta não haver, neste ponto, qualquer intuito de silenciar a figura e a obra de António Telmo, esclarecimento que uma razão de justiça torna imperioso aqui deixar.

4 comentários:

  1. Pelos vistos, o JL não entendeu necessário. Certamente entendeu necessário o artigo anterior. Eles lá sabem porquê.

    Eduardo Aroso

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  2. No dia em que o sino bater pela alma de Eduardo Lourenço que, exilado por escolha, vai observando lugares-comuns sobre Portugal,vai omitindo nomes demasiado brilhantes mas obscuros para as massas, também por escolha, vai dizendo umas frases-chavões que caem sempre bem nos botequins dos nossos quase-intelectuais, enquanto entre copos e charutos as repetem quais papagaios, nesse dia, veremos uma primeira página no JL: "Morreu o homem que pensava Portugal". Os outros não interessam, talvez sejam demasiado portugueses e pouco europeus.

    Cynthia

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  3. Quando me chego mais perto do meu ego,sinto sempre um arrepio pois consigo ver indistintamente todos os meus receios, todas as minhas limitações. Por isso apenas o observo de longe, de soslaio, esperando que ele não repare nessa minha patética tentativa de o entender

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  4. Portugal não é um amor Platónico... pelo menos nalguns casos.


    Cynthia Guimarães Taveira

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