
II – História e epopeia
por Pedro Martins
Retomemos o convívio do triunvirato insigne. Se Pascoaes foi o poeta da Renascença Portuguesa, e Leonardo o seu filósofo, nela terá sido Cortesão o historiador. Antevejo a perplexidade que se apodera do leitor. Nos anos que, de imediato, antecederam a fundação do movimento portuense; ou nos subsequentes, primordiais, em que tal movimento fulgurou – aqueles em que, na verdade, Jaime Cortesão ali desenvolveu intensa militância –, a sua produção literária foi, primeiro, poética; e, depois, teatral; mas não propriamente historiográfica. Há ainda, nesse período, um livro de contos, D’Aquém e d’Além Morte, editado precisamente pela Renascença em 1913, e porventura insuficiente, por isolado, para que se lhe possa fazer corresponder um veio saliente no corpus bibliográfico do autor de Divina Voluptuosidade. Dito isto, forçoso será concluir que as primícias dos seus estudos históricos coincidem sensivelmente com o dealbar do período em que o iremos encontrar à frente da Biblioteca Nacional (1919-1927), ou pontificando na direcção da revista Seara Nova, criada em Outubro de 1921. (...) ler mais
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