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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

TEMPOS DE HOJE...

Os “Pontos” e os “is” da Arte

Cynthia Guimarães Taveira

Mais do que aquilo que vestimos ou deixamos de vestir, o espaço que nos rodeia contribui para a formação das nossas cabeças. A roupa é a máscara, a persona, distante do nosso verdadeiro ser. A máscara que nos oferece todas as possibilidades de ser o que somos e não somos, o véu que nos oculta ou desvenda, enfim um produto, sobretudo, do tempo e dos humores. O espaço, por seu lado, é fundamental, diria em tom metafórico, para a formação dos ossos. Pedra e osso andam lado a lado na sua função e, em termos simbólicos, estão ligados à estrutura e, consequentemente, à nossa estrutura. Daí que a Arquitectura seja entendida, em tempos arcaicos, como a mãe de todas as artes, o eixo fundamental sobre o qual todos nós nos vamos desenvolvendo. As implicações da edificação de uma simples casa são tão profundas como os alicerces de problemas antropológicos do género “o valor da palavra” ou, a “casa dos homens”, lugar iniciático de muitas culturas arcaicas.
O osso é o que nos ergue, algo que vai crescendo em nós, o suporte de toda a carne, de toda a nossa aparência, os ossos são as consoantes da língua (tronco e os ramos), a carne , as vogais (as folhas). É o osso que fica depois da nossa morte, é a pedra erguida que se mantém depois da passagem das civilizações. É a paisagem que nos influencia os pensamentos e, muitas vezes, nos dita as acções, os caminhos escolhidos, a sensibilidade perante as coisas. A “contemplação dos ossos”, feita em modalidades do Ioga, é também, a contemplação da nossa paisagem interior, dos resíduos embutidos nos socalcos da memória, é o que resta depois do acrescento da pedra-cálcio, depois do acrescento da nossa vida ao nosso corpo.
Por tudo isto, a Arquitectura tem um papel fundamental na actividade do homem. É ela que nos aproxima ou desvia do real, nos aconchega ou nos expulsa do mundo. A Arquitectura é a construção de edifícios e é também muito mais que isso, por sinal, é a construção de tudo.
Entendida como uma arte sagrada, esteve, nos primórdios, ligada ao primeiro sinal no homem do transcendente: o céu. Mesmo retirando toda a carga religiosa e simbólica que o céu possa conter, a realidade é que um homem, olhando para esse vasto universo de estrelas, esse labirinto sem sentido, nocturno e caótico, sente a tontura de algo que o transcende e aquilo que o transcende tem, de alguma forma, de fazer sentido. A primeira construção do homem é o ordenamento das estrelas, dos astros. É a procura da ordem nesse abismo que se estende para cima. Dar um sentido às estrelas, ordená-las, perceber quando aparecem e quando desaparecem e dar-lhes, enfim, uma história, um enredo que se pareça com a sua vivência corporal e sentida, com seus ciclos, suas noites e dias, a sua marcha, a sua orientação. É quando o universo começa a fazer sentido que a construção deixa de ser apenas um abrigo do frio e do calor para se tornar uma arte. É quando se dá a união entre terra e céu que começa o trabalho da pedra em função dupla de ordenar o território e de o sacralizar face ao céu. Da construção como necessidade passa-se à construção como arte, das necessidades básicas passa-se àquilo que Oscar Wilde disse: ”O supérfluo é absolutamente essencial”, e a arte é, afinal, absolutamente essencial tanto para a manutenção do homem no mundo como para o seu crescimento, alargamento de fronteiras interiores. A arte, por vezes, suprime, no caso da espécie humana, os impulsos mais animalescos, aqueles que se esperam essenciais, pois não é verdade que em Auschwitz se trocavam rações por histórias? A fome do homem, como ser com tendências transcendentes, pode suprimir a fome de pão pela fome, ou sede, de sagrado e é aí que entra a arte e a construção, e o papel do homem no meio deste vasto universo, suplicando ordem e invenção. Se o místico espera, em jeito de oração (sua forma de arte), desapego, renúncia e contemplação que o céu interior, de alguma forma desça até ele, ao homem comum só lhe resta construir, reconstruir, passo a passo, esse céu na terra, na acção, na entrega, no gesto.
É no impulso construtivo que residem as tendências artísticas e deveria ser nas tendências artísticas que deveriam residir as tendências construtivas (o que não é verdade hoje em dia, infelizmente). Mesmo na desconstrução do mundo, tema recorrente na actual arte, o propósito último da obra deveria emergir da sua raiz: a construção de um novo mundo, sagrado, perto da perfeição das rotas das estrelas, perto das histórias ecoadas pelos astros, perto da música das esferas. Daí que Lima de Freitas tenha dito a frase radical: “A arte ou é sagrada ou não é arte”.
Infelizmente a desconstrução actual parece não ter como propósito último esta sacralidade, mas sim o alongar do súplicio de uma civilização em agonia, uma tradução ipsis verbis da fealdade, da ignorância e da falta de graça do mundo contemporâneo. E uma tradução não é uma criação ou, quanto muito, a ideia não se deve ao seu tradutor.
Viaja-se para se conhecer novos povos, novas paisagens, novas línguas, mas também novas construções. Os monumentos têm à sua roda toda a espécie de turistas, de óculos, binóculos, câmaras manuais, digitais, de fotografia, de vídeo. Ver, a obsessão de ver para crer, para acreditar, para sentir, enfim para viver, dizer que se viveu, lembrar que se viveu. Este acto impulsivo e compulsivo do turista reside na intuição profunda de que a construção está intimamente ligada à nossa vida, e mais do que isso, nos influencia profundamente. A paisagem, o clima, moldam os povos, a arquitectura feita pelas mãos do homem molda-nos face à atitude que temos para com o sagrado. Porque é essa a sua origem. O impulso mórbido pela desconstrução e desfragmentação contemporâneas tem o seu desejo último na destruição completa, como a palavra final de um processo incessante e está traduzido nos filmes-catástrofe, em que os edifícios nos aparecem violentados, os canos, como entranhas, partidos, gotejando, os fumos de uma purificação pelo fogo atravessando as ruas, a noite cinzenta como a cor principal, o cheiro triste, quase sentido vindo do ecrã. Este tipo de visões apocalípticas é a de um futuro-mais-que-ruinoso (as ruínas têm alguma dignidade), porque a acção da destruição não se deu num tempo lento, mas sim num tempo súbito, inesperado, violento e sem piedade e demonstra a má relação que o homem tem com a sua Arquitectura. Há um desejo obscuro de tudo destruir porque, no fundo, não se ama nem respeita esta Arquitectura nascida na época pós-guerra do Bauhaus, nascida das necessidades de um mundo ainda acocorado pelo medo da morte. A nova Arquitectura e, por inerência, a nova arte, “pós-pós-tudo”, traz em si o germe da desordem da própria guerra e a sua projecção no futuro só pode ser a sua própria destruição. Hoje há uma má relação do homem com a Arquitectura que o rodeia e, consequentemente, há uma má relação com o sagrado ou vice-versa.
A natureza é fértil em modelos ordenados. A geometria está presente num grão de areia ou numa gota de chuva. E, segundo a teoria do caos, mesmo em dinâmicas aleatórias há padrões que se vão estabelecendo e desenvolvendo. Há alguns anos fez-se a seguinte experiência com bebés em idade de gatinhar: desenhou-se no chão dois tipos de desenho - num o desenho era confuso, caótico, noutro o desenho era geométrico, harmonioso. Todos os bebés escolheram dirigir-se para a ordem. Preferiam um ambiente mais “estável”, apesar de tudo.
Lévi-Strauss desenvolveu o conceito de sociedades quentes e frias, sendo as frias as mais apegadas às suas tradições, e as quentes mais instáveis e abertas às mudanças. Ao lermos René Guénon ficamos com a sensação de que este nos vai descrevendo (mesmo pela negação das sociedades actuais) uma Idade de Ouro perfeitamente tradicional. Esta Idade de Ouro, assim vista pelo olhar binário e estruturalista Lévi-Strauss, seria uma sociedade congelada, encerrada na sua perfeição. Uma sociedade perfeitamente apolínea e nada dionisíaca, segundo outra interpretação, de Ruth Benedict. Onde está a abertura necessária para o engenho e a arte na Idade de Ouro? Será que o papel da arte não é também ele o da desconstrução para a construção de outro mundo? Como não cair num fundamentalismo teórico ainda que com raízes na Tradição? E como não cair na total irresponsabilidade face ao vamos construindo? E porque chamavam os gregos à arte “imitação”? À pergunta “quais os limites da arte?” vem agarrada uma outra, tão importante e fundamental: “quais os limites do homem?”. Tão confusos estamos devido à nossa sociedade escaldante que já nem sabemos a resposta. Se se é tradicionalista, é-se reaccionário e o perigo é o do fanatismo (porta fechada por dentro), se se é liberal, já não se reage a nada e as portas acabam todas fechadas por fora sem que possamos sair para lado nenhum. É o que se passa hoje com a Arquitectura e com a arte em geral. Na Arquitectura isso tende a deixar de ser apenas simbólico com a construção de condomínios fechados, dos quais não se deve sair.
Os edifícios babilónicos tendem naturalmente para o abismo, e aqueles que nada têm a ver com orientações sagradas, tradicionais ou, simplesmente, respeitadoras da natureza envolvente, tendem a cercar o homem em prisões que nada têm de virtuais. E o homem é o espelho do que constrói. A imagem que imagina é a imagem que projecta, a imagem projectada é a base, a fonte da imagem seguinte a ser imaginada, e assim por diante. A palavra que se escreve é a chave da próxima, isto numa ordem simples, isto até dentro da desordem e do surrealismo. Daí que a Arte mais elevada, a Arquitectura, tenha uma profunda influência no pensamento.
A facilidade com que se aprende a trabalhar com um computador tem como causa o facto de este ter sido possível a partir de uma estrutura muito simples, o “zero” e o “um”, e ninguém, pelo menos por enquanto, chama “inteligente” a um computador. As escalas musicais, a paleta das cores, as formas geométricas, em suma, tudo aquilo que não é criação do homem, parece ter como base estruturas formadas a partir da variedade e da complexidade dos elementos estruturantes, não binários. A “imitação” no sentido grego parece ser trabalho para uma vida. A desfragmentação e consequente desumanização da arte é, no fundo, a incapacidade crescente para imitar. É mais fácil destruir o que está criado (neste caso, os modelos naturais), do que ser demiurgo no sentido em que se ama e se descobre o que se vai criando ou imitando. E não se trata de ser o macaco de Deus, a imitação é a da sua criação, não do Deus em si, porque a Ele ninguém O conhece e, por isso, ninguém O pode imitar, muito menos um macaco…A arte contemporânea toma a destruição nas mãos como se se tratasse de criação, o que é um verdadeiro paradoxo. E isso é tão grave como uma fábrica que produza sistematicamente a morte. Acabo de ler a notícia de um alemão, Gregor Schneider (que se distinguiu por ter colocado um bigode a Mona Lisa, um destruidor, portanto, e não um criador) que quer transformar a morte numa performance convidando moribundos a morrer perante um “público”. Este auto denominado artista deve lamentar imenso não terem existido câmaras nos campos de extermínio com transmissões em directo que mostrassem ao mundo a “beleza” da morte. Os artistas contemporâneos que fazem “instalações”, borrões em cinco minutos ou edifícios frios, erectos e distantes estão a matar o mundo e são tão eficazes nisso como o capitalismo exacerbado que os mantém. Peço desculpa mas não há teoria da arte que justifique a barbárie.
Hieronymos Bosch, no Jardim das Delícias, oferece-nos, no painel esquerdo, um paraíso, onde na aparência está tudo bem. Mas, olhando em pormenor, os animais, nesse painel, caçam-se e devoram-se uns aos outros. É um paraíso terrestre, demasiado terrestre e por isso com o sabor a desmembramento, a morte, a desconstrução. Na ordem aparente da natureza existe o movimento contrário, pendular, Kali destruidora, compensadora e fonte deste equilíbrio frágil universal. Se a arte é imitação, e se os modelos são as criações ou a criação já existente, também há espaço para a descontrução, aliás como para a crítica social, para um olhar mais caótico que o próprio caos que nos rodeia, para os fantasmas e as sombras da condição humana. Claro que sim. Aquele olhar realista que nos aponta o defeito para nos lembrar a virtude, a noite para nos lembrar o dia. O problema é que, hoje, a linguagem metafórica dominou as artes plásticas. Todo este lixo contemporâneo é sempre apresentado como uma metáfora de qualquer coisa (nem na Bíblia encontramos tanta obsessão pela metáfora) e as metáforas sobrepostas, aleatórias e mal feitas acabam por desembocar numa linguagem tão esotérica que apenas o próprio artista a compreende, ou, como está na moda dizer, meia dúzia de iniciados na arte contemporânea que praticam uma espécie de esperanto artístico, sem princípio, sem origens, sem raízes, sem pai nem mãe, ou seja, uma linguagem orfã de significante e significado naquilo que uma língua pode ter de mais íntimo e sagrado. Por outro lado, é necessário saber fazer metáforas: quando não são bem feitas e não usam códigos comuns ao observador a história metafórica acaba por ser o único real. Daí que a empregada de limpeza da Tate Gallery tenha deitado fora uma peça que lhe pareceu lixo…
A metáfora abate-se sobre si própria e fica apenas o lado de fora dela, e os lírios do campo já nada têm a ver connosco, são apenas lírios no campo, não chegando esses lírios sequer ao despojamento anunciado por Alberto Caeiro, mas sim a um outro despojamento, o despojamento do olhar que nada mais vê senão uma forma no campo sem nome e sem sentido, (uma miopia semântica) ou seja, destituído de palavra, destituído de Verbo e, por consequência, de Luz. Fica-se só com a parte e deixa-se de fora o Todo. Fica-se apenas com o tempo da moda e seus humores e põe-se definitivamente de lado a eternidade. E os artistas são os bonecos de ventríloquos mudos por falta de ideias, de amor, de admiração pelo que os rodeia.
A primeira vítima desta estranha forma de criar é o próprio arquitecto ou artista. Porque está e permanece só. Só e com a sua assinatura, a sua única razão para continuar a existir. E a arte, no seu princípio, não é um acto solitário. É um diálogo permanente com Deus ou com esse outro, interior, perto da nossa alma.
Esta solidão do artista chegou a tal ponto que já foi inventado um robot pintor. É o robot que pinta, não o artista, este passou definitivamente para o lado do observador e já não tem mais função no mundo. Assim como a arquitectura, hoje impossível sem o auxílio da máquina. A mão que agarra o lápis e desenha a cúpula imita-a muito mais na perfeição, pois no mundo não há esferas perfeitas, só um computador é capaz de tal coisa. O computador imita mal a natureza, é um péssimo artista e talvez o seja por ter nascido do zero e do um e não da diversidade maravilhosa dos elementos. Quando o artista se ausenta do mundo regressamos à animalidade, e Arquitectura deixa, de novo, de existir, para nos limitarmos a ter abrigos, como as bolsas dos cangurus, sem sequer conseguirmos ver que até os pássaros possuem o impulso genético de construir um ninho, pauzinho a pauzinho. Assim nunca sairemos da proximidade do ventre…
Gilbert Durand chama-nos a atenção para a noção de “bacia semântica” e dá um exemplo para explicar esta noção: a bacia é talhada pelas ondas da maré e, por sua vez, é o relevo da bacia que vai influenciar as ondas, na sua, forma, força e frequência, e talhando estas, de novo, a bacia. Bacia e maré criam-se e recriam-se ao longo do tempo e cada uma é consequência da outra. Esta metáfora é uma metáfora arquitectónica. Ter jardins, casas cuidadas, formas que de alguma forma sejam um prolongamento da natureza tocando os céus, é termos esses jardins dentro de nós, essas casas cuidadas e essa formas no templo interior que tocam outros céus. Chegam lá por sintonia, por serem da mesma origem. O problema da criação há-de ser sempre um problema face ao sagrado. Ou se está dentro dele ou fora dele, ou se cria ou se destrói. E quando se tem dúvidas sobre de que lado se está já se é mistíco, de alguma forma…
Ou se é mais e se consegue “contemplar o céu do fundo da sarjeta”, como tão bem disse Óscar Wilde, ou se é menos e se vive nela, num submundo demasiado perto dos infernos. E aí já não há ossos nem ruínas para contemplar, apenas cinzas, esse pó que fica depois das estrelas.
Francisco de Holanda, um artista muito antigo, oferece três lições fundamentais sobre a arte e que resumem as possibilidades de se (re)criar a partir do que nos foi dado (ninguém se torna artista, nasce-se artista, daí a maldição da imposição, semelhante àquela dos reis que não escolhem ser reis).
A primeira activa a imaginação: ao criar, conhecendo o mundo, saindo de si, participando na criação pela imitação, o homem volta a si com mais conhecimento de si próprio.
A segunda activa a humildade: os dons são dádivas vindos de fontes longínquas e desconhecidas e a forma de agradecer é aperfeiçoar este mundo.
A terceira activa a curiosidade: o artista deve ser pluridisciplinar e interessar-se por muitas matérias, porque tudo neste mundo está ligado.
Se olharmos para estes princípios apontados por este homem muito antigo, vemos subitamente inscritas numa coluna de mármore as três perguntas fundamentais: Quem sou? Donde vim? Para onde vou? E não será essa a coluna vertebral de qualquer artista? A arte sem Verbo não é arte.

Lisboa, Outubro 2008

3 comentários:

  1. É sempre um prazer imenso ler-te. Mesmo não concordando com tudo o que dizes, aprendi em Teoria da Literatura, a ter o deleite da leitura (e o respeito) por ideias extremamente bem colocadas mesmo se não forem exactamente coincidentes com as nossas. Esta atitude faz parte de qualquer manual básico da "democracia" apesar de, em Portugal, ninguém se aperceber disto. Agradeço, muito, o teu texto. Tal como agradeço, muito, a tua pintura.
    Alexandra Pinto Rebelo

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  2. A nossa amizade dura exactamente há 28 anos, tendo começado em Dezembro de 1983. No nosso caminho, para além de partilharmos a descoberta do mundo, concordamos em muitas coisas, mas eu adoro especialmente esse intervalo que acontece quando nos olhamos e vimos o quão diferentes somos. Contigo aprendi a atirar-me para a fogueira, a dar o salto mesmo acima do abismo, a ver a ponte invisível e perene que liga um ao "totalmente outro". Foste o meu primeiro "totalmente outro". A amizade consegue ser sagrada. Obrigada por seres como és.

    Cynthia

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  3. Neste seu artigo de bom conteúdo (convidando a muita reflexão) que abarca não só a arquitectura como a arte em geral, poderia destacar muitas frases interessantes. Por exemplo, esta: «É quando o universo começa a fazer sentido que a construção deixa de ser apenas um abrigo do frio e do calor para se tornar uma arte» e a alusão a Lima de Freitas na sua frase radical: “A arte ou é sagrada ou não é arte”.
    O que se passa hoje é que para muitos artistas ateus, agnósticos e similares, o universo, quando não é um acaso, é um capricho não muito bem explicado, daí as manifestações de autêntica negação da arte que vemos por aí, como outras atitudes do pensamento (ou do instinto), tal é a relação que o ser tem hoje com aquilo, por exemplo, que sempre conhecemos por humildade, honradez, fidelidade, castidade, entre outras.

    Eduardo Aroso

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