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segunda-feira, 30 de março de 2009

PALAVRAS QUE FAZEM VER, 7

[Álvaro Ribeiro e a filosofia extravagante]



“A sofia é o conhecimento especulativo do absoluto; resulta da actividade criadora da razão que vence infinitamente a pluralidade mortífera e polémica. A filosofia é o esforço para esse conhecimento.

A reflexão filosofal pode ser exercida pelo pensador solitário, fora da disciplina cultural, e conduzir até uma indagação fecunda pelas regiões espirituais ainda pouco exploradas; mas a validade de tal empreendimento arbitrário será referida a uma doutrina mais exigente de firmeza e de objectividade. Como ciência, saber sistemático e comunicável por conceitos, a filosofia dificilmente se expande fora do ambiente esotérico que lhe é próprio. O pensamento filosófico depende elasticamente do respectivo ensino acroamático; é a escola que dá vida – corpo e alma – à tradição espiritual, que a alimenta e regenera, que a medicamenta até com os produtos heterodoxos da meditação extravagante.”

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“É o ensino oral, pela sua influência artística e emotiva, mais próprio a despertar e a orientar a curiosidade dos alunos; não é porém, o suficiente para formar espíritos robustos, perseverantes e dominadores, capazes de vencerem as dificuldades que o ambiente social, cioso da sua terrenalidade, opõe aos que descem de um ciclo extravagante.”
Álvaro Ribeiro

(excertos retirados de O Problema da Filosofia Portuguesa, Inquérito, 1943)

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