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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

OS POETAS LUSÍADAS, 29


À MUDANÇA DA VIDA


Tempo foi que pastava neste prado
Bem fora de cuidar que poderia
Tornar a ver-me nele inda algum dia,
De tantos mil cuidados descuidado.

O Senhor, que me trouxe a tal estado,
Quando castigos graves merecia,
Dando-me muito mais do que pedia,
Para sempre já mais seja louvado!

Estas águas correntes, estas flores,
Estes bosques cobertos de verdura,
Os passarinhos neles escondidos,

Aqui Lhe dem comigo mil louvores,
Sem fim o louve toda a criatura,
Não sintam outra cousa meus sentidos.
Frei Agostinho da Cruz
Na imagem: Arrábida, de George Vivian, 1839

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