
Voa a andorinha, d’asa em foice aguda,
Corta o ar, sobe ao Céu, e vai e volta;
Não sei de ímpeto audaz que não lhe acuda
No delírio sublime, em que anda envolta.
Juntam-se às vezes numa coorte muda,
E, a um sinal, que uma andorinha solta,
Partem, povo liberto que sacuda
Asas, bandeiras negras de revolta.
- Eh! lá! eh! lá! Oh! andorinha espera,
Pára: que eu vou também, quero emigrar,
Tenho saudades duma nova esfera.
Agora, vá… largai! que além do mar
Abre o seio e sorri a Primavera…
Eia! Andorinhas, é voar… voar…!
Jaime Cortesão
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