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sábado, 11 de fevereiro de 2012

ENIGMAS, 6


















“Ao observar a via de desenvolvimento daqueles que silenciosamente e como que inconscientemente se superavam a si mesmos, constatei que os seus destinos tinham algo em comum: o novo vinha a eles do campo obscuro das possibilidades de fora ou de dentro, e eles o acolhiam e com isso cresciam. Parecia-me típico que uns o recebessem de fora e outros, de dentro, ou melhor, que nalguns o novo cresce a partir de fora e em outros, a partir de dentro. Mas de qualquer forma, nunca o novo era somente exterior ou somente interior. Ao vir de fora, tornava-se a vivência mais íntima. Vindo de dentro, tornava-se acontecimento externo. Jamais era intencionalmente provocado ou conscientemente desejado, mas como que fluía na torrente do tempo.”

Jung C. G.; R. Wilhelm, “O Segredo da Flor de Ouro - Um livro de Vida Chinês", ed. Vozes, pág. 32

2 comentários:

  1. Vejo nisto o encontro dos dois conceitos gregos de tempo: o de Kairos e o de Chronos.

    Eduardo Aroso

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  2. Vejo assim: o "novo" é o pequeníssimo elemento do não-tempo (que pode ter a aparencia de caótico ou não) que aparece no devir (Cronos). Esse elemento pode vir de fora e assim provoca o "acontecimento interno", ou pode vir de dentro e assim provoca o "acontecimento externo", no entanto, há de facto uma espécie de Kairos no qual, em verdade, não há fora nem dentro. Não há categorias.

    Cynthia

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