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Leia aqui a homenagem da Fundação António Quadros a António Telmo.



sexta-feira, 9 de outubro de 2009

OS POETAS LUSÍADAS, 28



D. DINIZ

Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
O plantador de naus a haver,
E ouve um silencio murmuro consigo:
É o rumor dos pinhaes que, como um trigo
De Imperio, ondulam sem se poder ver.

Arroio, esse cantar, jovem e puro,
Busca o Oceano por achar;
E a falla dos pinhaes, marulho obscuro,
É o som presente d’esse mar futuro,
É a voz da terra anciando pelo mar.

[09-02-1934]

Fernando Pessoa

1 comentário:

  1. Neste dia tão simbólico de 9 de Outubro, em que podemos ver, também simbolicamente, as relações da poesia e da filosofia no espírito da cultura portuguesa, faço minhas - com sua licença – as palavras do prefácio que António Telmo escreveu em «O Céu e o Quadrante» de Pedro Martins, edições Serra d’Ossa (Setembro de 2008): «Pedro Martins parte de uma coincidência assombrosa: D. Dinis nasceu em 9 de Outubro de 1261; Álvaro Ribeiro, o filósofo desconhecido que se propõe desocultar, morre no mesmo dia, 9 de Outubro, mas 720 anos depois, em 1981. 720 anos exactos!
    O livro, partindo daqui, põe em movimento uma doutrina dos ciclos, pelos quais procura explicar a evolução espiritual do nosso povo, doutrina essa que vem completar análoga doutrina do meu Horóscopo de Portugal, também por ciclos, mas aplicados ao desenvolvimento propriamente histórico e à sua transcensão».

    Um abraço
    Eduardo Aroso

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