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Leia aqui a homenagem da Fundação António Quadros a António Telmo.



segunda-feira, 23 de novembro de 2009

AFORISMOS, 11

Eduardo Aroso

51 – A reforma educativa de maior alcance que se tem feito em Portugal é a da formatação de professores.
52 – Organização da urbe – As ruas dividem a cidade, dividem mesmo, isto é, colocam de um lado os edifícios dos arquivos que, diz-se, pertencem ao Estado. Do outro lado, as casas dos cidadãos que têm sentimentos vivos.
53 – A razão e o coração: duas colunas que não se fitam, separadas por um espesso nevoeiro. O Homem dividido em si. A máxima grega «Gnôthi séauton nosce te ipsum, conhece-te a ti mesmo» é para constantemente nos lembrar disso. E para que a lenta madrugada do espírito possa ir mostrando os alvores da manhã divina.
54 – Consentir também que o efémero é de Deus, numa espécie de “última linha de manifestação”. Na dificuldade de avaliar a sua importância relativa, é de crer todavia que, conforme a palavra, tenha pouca duração. O efémero serve uma vez, como os guardanapos de papel.
55 – O sentido da liberdade criadora e organizadora no céu da apetência do pensamento português é o da exegese do Espírito Santo. O insondável Amor do Pai, através da mediação do Filho, toma forma e ganha inteira expressão no acto criador e libertador do Espírito Santo. E nisto, tudo o que se tem entendido por Revelação toma um sentido mais luminoso. Ele é o salvador das épocas caóticas, dos tempos do desespero, o súbito horizonte de alegria que se abre no naufrágio do soluço nocturno.

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