
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
AFORISMOS, 11

Eduardo Aroso
51 – A reforma educativa de maior alcance que se tem feito em Portugal é a da formatação de professores. 52 – Organização da urbe – As ruas dividem a cidade, dividem mesmo, isto é, colocam de um lado os edifícios dos arquivos que, diz-se, pertencem ao Estado. Do outro lado, as casas dos cidadãos que têm sentimentos vivos. 53 – A razão e o coração: duas colunas que não se fitam, separadas por um espesso nevoeiro. O Homem dividido em si. A máxima grega «Gnôthi séauton nosce te ipsum, conhece-te a ti mesmo» é para constantemente nos lembrar disso. E para que a lenta madrugada do espírito possa ir mostrando os alvores da manhã divina. 54 – Consentir também que o efémero é de Deus, numa espécie de “última linha de manifestação”. Na dificuldade de avaliar a sua importância relativa, é de crer todavia que, conforme a palavra, tenha pouca duração. O efémero serve uma vez, como os guardanapos de papel. 55 – O sentido da liberdade criadora e organizadora no céu da apetência do pensamento português é o da exegese do Espírito Santo. O insondável Amor do Pai, através da mediação do Filho, toma forma e ganha inteira expressão no acto criador e libertador do Espírito Santo. E nisto, tudo o que se tem entendido por Revelação toma um sentido mais luminoso. Ele é o salvador das épocas caóticas, dos tempos do desespero, o súbito horizonte de alegria que se abre no naufrágio do soluço nocturno.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário