António Telmo nasceu em Almeida em 2 de Maio de 1927 e vive há muito em Estremoz. Passou a infância em Arruda dos Vinhos e a juventude em Sesimbra, onde foi o primeiro director da Biblioteca Municipal. Na Lisboa dos anos 40 conhece Álvaro Ribeiro e José Marinho, os dois mestres que o iniciam na demanda filosofal. Em meados dos anos 60, a amizade com Eudoro de Sousa e Agostinho da Silva leva-o até Brasília, onde será professor universitário, ainda antes de completar a licenciatura em Filologia Clássica na Faculdade de Letras de Lisboa. Pelo meio, ficam a criação, com os seus condiscípulos, do jornal 57 (título que, de alguma sorte, definirá a sua geração no seio do movimento da Filosofia Portuguesa), e a edição, em 1963, do seu primeiro livro, Arte Poética, onde, no dizer de Luís Paixão, “estão inscritas as premissas daquilo que virá a ser o plano da obra futura: que a literatura iluminada pela filosofia é um instrumento operativo de iniciação, ou seja, de evolução da humanidade no plano do espírito”.
Em 1972, é convidado pelo Ministério da Educação para ir fundar e dirigir a Escola Secundária do Redondo, cargo cujo exercício lhe causou alguns dissabores, por nomear docentes que se opunham ao regime. O Ministério tentará dissuadi-lo, não conseguindo, contudo, os seus intentos. Depois do 25 de Abril, e a par de uma carreira profissional dedicada ao ensino liceal, o escritor irá publicar, com alguma regularidade, uma série decisiva e impressionante de obras pioneiras no panorama filosófico e cultural português, como são os casos de História Secreta de Portugal (1977); Gramática Secreta da Língua Portuguesa (1981); Desembarque dos Maniqueus na Ilha de Camões (1982); Filosofia e Kabbalah (1989); O Bateleur (1992); O Horóscopo de Portugal (1997); Contos (1999); Viagem a Granada (2005); Congeminações de um Neopitagórico (2006) e A Verdade do Amor (2008).
Em 2003, os amigos consagram um volume ao estudo da sua obra: António Telmo e as Gerações Novas; e em 2007, assinalando o seu 80.º aniversário, reúnem-lhe a obra poética num livrinho intitulado A Hora de Anjos Haver.
Falar de António Telmo, patrono do projecto editorial da Serra d’Ossa e mentor dos Cadernos de Filosofia Extravagante, envolve sempre o risco de se dizer de menos e o perigo de falar com menor acerto. Apesar do muito que fica por dizer, algo se pode, no entanto, acrescentar, ainda pela voz de Luís Paixão:
“Senhor de uma sólida cultura clássica, fiel à filosofia e à tradição portuguesas, leitor de René Guénon e Julius Evola, estudou o esoterismo das três tradições do Livro Sagrado: a judaica, a cristã e a muçulmana, numa preocupação de descoberta da sua essencial unidade, portadora da esperança do Quinto Império, dito do Espírito Santo.
Patriota convicto e corajoso, conforme é demonstrado pelo conteúdo dos seus livros, desenvolveu um estilo que refere o patente para dizer o oculto, levando subtilmente o leitor a colocar-se num plano de atenção que o confronta com esse profundo mistério que é a realidade sobrenatural do ser humano.
Sempre gratuitamente disponível para uma boa conversa e paciente para com a ignorância dos seus interlocutores, desde que genuinamente interessados na verdade, António Telmo promove há vários anos tertúlias nos locais onde viveu, exercendo um magistério que assenta nos princípios de que a fé em Deus é decisiva, de que a verdade está acima dos indivíduos e de que o “saber ouvir” é condição para “saber dizer”.
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A IDENTIDADE RELIGIOSA DE LUÍS DE CAMÕES
René Guénon nunca fala dos portugueses, mas, como muitos outros textos seus, este, que recolhi do seu famoso livro O Rei do Mundo, está intimamente ligado connosco. No âmbito do que me propus tratar neste primeiro caderno de filosofia livre, abre caminhos insuspeitados no sentido de determinar a verdadeira identidade de Luís de Camões.
É assim como se segue:
“Na Idade Média havia uma expressão, na qual os dois aspectos medulares da autoridade (régia e sacerdotal) se encontravam reunidos de uma maneira digna de nota. Nessa época falava-se muitas vezes de uma região misteriosa a que se chamava “o Reino do Preste João”. Era no tempo em que o que se poderia designar como a “cobertura exterior” do Centro Supremo era formado numa boa parte pelos Nestorianos (ou o que se convencionou chamar assim com razão ou sem ela) e os Sabeus. E eram estes, precisamente, que davam a si mesmos o nome de “Mendayyeh de Yahia, isto é, “discípulos de João”.”
Em nota ao que vem dizendo, o ilustre francês informa que “se encontraram na Ásia Central, e particularmente na região do Turquestão, cruzes nestorianas que, como forma, são exactamente semelhantes às cruzes da cavalaria.”
Mais adiante, esclarece o que deixou atrás: “Para que ninguém se admire da expressão “cobertura exterior” que viemos de empregar, deve ter-se em atenção, efectivamente, que a iniciação cavaleiresca era essencialmente uma iniciação de Kshatriyas (Guerreiros), o que explica, entre outras coisas, o papel preponderante que aí representa o simbolismo do amor.”
Começa já a desenhar-se a figura guerreira do poeta de Amor Luís de Camões. Esta relação com o texto não terá nada de surpreendente quando nos lembrarmos que os nestorianos na Ásia eram os cristãos de São Tomé, de São Tomé a quem o poeta dedicou nada menos do que doze estrofes d’Os Lusíadas.
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António Telmo
Hola estoy buscando un libro del senor Telmo llamado Historis Secreta de Portugal, me gustaria sever si usteded me pueden ayudar a encontrar ese libro el cual recientemente despes de mi viaje a portugal y la visita a la catedral the Jeronimo me quede encantado. Si pueden ayudarme a encontrarlo me pueden contactart a gigi843@gmail.com
ResponderEliminardsde ya muchas gracias, giorgio bosso los angeles