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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

AFORISMOS, 17

Eduardo Aroso

81 – Vamos pôr os pontos nos is, os únicos nos dois títulos seguintes: «O menino de sua mãe», de Fernando Pessoa, é D. Sebastião. A diferença é que no «plaino abandonado» africano, ausente de balas mas enxameado de espadas, o Rei poderia não ter a «cigarreira breve». Mas, não a tendo, havia contudo a breve cigarreira de um reinado que a Pátria lhe destinava, afinal, a cigarreira breve que a Mãe lhe dera…

82 – « … a república dos portugueses é uma daquelas comunidades, ou nações, que já existiam antes do Estado, da soberania e do próprio nacionalismo e que tinha hábitos de relação saudável com as comunidades infra-nacionais e supra-nacionais». Assim escreveu José Adelino Maltez. A isto se contrapõe a absurda ideia de regionalização em Portugal, em vias de ser lançada como mais uma epidemia.
83 – «… a Nova Águia, movida pela mesma ânsia de altura e altivez, assume a tradição futurante que mora no coração de um povo longamente humilhado». Assim escreveu o atento e sensível pensador Joaquim Domingues, no número 4 daquela publicação. Na tradição bíblica, a dos primeiros que serão últimos e dos últimos que serão primeiros, viceja a nossa esperança, iluminada pela alma saudosa dos poetas, entre tristes e nostálgicos, mas também abundantes do real e do longínquo. A lucidez maior será a do momento da máxima humilhação, porque «Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória».

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