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domingo, 15 de agosto de 2010

OS LUGARES, 5

Campos da Idanha
Eduardo Aroso

Talvez que outrora
O eterno fogo do centro
Viesse criar
O chão que há agora.

Aqui a terra
Ainda não acabou a dança…
Um sortilégio próprio
Se morre, logo principia
Nesta força-solidão,
Na graça duma romaria.

Aceso é o rito e milenário;
E todo o momento nos faz crer
Que vai surgir um deus
Mais do chão que do céu,
Em si mesmo oculto e voluntário.

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