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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

AFORISMOS, 14

Eduardo Aroso

66 – Só quando houver discernimento do abismo existente entre egoísmo e Amor, poderá o ser humano começar a ter entendimento da Liberdade.
67 – É bem visível que cada vez mais há população envelhecida. Prolonga-se um pouco a vida no corpo físico, e havendo menos nascimentos, o facto aí está. Não sendo a velhice uma tristeza, mas um passo da vida, turva-se-nos os olhos e a alma quando vemos que muitos dos anciãos (e até os mais novos) deixaram morrer a criança dentro deles, ou a sufocaram de tal maneira que ela já não se sabe exprimir. Por isso nos parece que, na nossa sociedade, muitos dos que já viveram mais anos têm aquela falta de alegria pulsante que se estampa ainda na pele enrugada. Alegria natural que, mesmo na fase em que a vitalidade baixa, a sua essência se transforma em sagaz beleza, nunca murchando de todo. Tal é a imortal Natureza que, seja Primavera ou Outono, nos encanta a seu modo.
68 – Universidade - estação de comboio rápido que tarda em chegar.
69 – O alcance que o latim teve como factor de unificação do Império Romano e da Igreja Católica, na liturgia e como instituição, pode também tê-lo, noutro âmbito, um certo mundo que se deseje salvar num futuro próximo, colocando as correctas relações humanas a dominar a tecnologia. Chamemos-lhe lusofonia, ainda que seja mais desejável pensarmos numa lusossofia; não agora através de uma unificação, mas numa convivência em sintonia de complementos, onde no meio de tudo o rumor da Língua e um modo de ser na vida identificam os novos argonautas do espírito, que começam a deixar a terra para os que ainda vêem nela todo o anseio da vida.
70 – Tal como pelas leis naturais, para que uma pedra regresse de novo ao chão ela deve ser lançada ao ar, no seguinte caso, a inexistência de movimento (da alma da nação) pode não implicar um outro proporcional e contrário e, assim, na hora que passa, a questão é saber se merecemos que D. Sebastião regresse!

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