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quarta-feira, 3 de março de 2010

OS POETAS LUSÍADAS, 31


[da série Lugares]

ÉVORA MONTE

À memória de meu bisavô,
o capitão Francisco Gomes Beirão

Aqui, soturnamente, emudeceu
A alegria da Vida: – o riso e o canto;
Um silêncio dramático de espanto
Enoita Évora Monte que morreu!

Quero falar; não posso! Que sei eu
Dizer, por entre as sombras, que levanto,
Mais que os meus olhos, onde fala o pranto,
Mais que o silêncio a espavorir o Céu?

Mas, (ó Mistério!), pelo Tempo fora,
Pressente-se o nascer de estranha aurora,
O germinar oculto da Esperança:

E este silêncio, tenebroso e aflito,
Há-de ser luz; e a luz Amor, confiança;
E Évora Monte acordará, num grito!

Mário Beirão

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