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Leia aqui a homenagem da Fundação António Quadros a António Telmo.



quinta-feira, 30 de julho de 2009

NO CORAÇÃO DA ARTE, 14

Cynthia Guimarães Taveira




O Encontro
Quando dois pintores se encontram e falam do mesmo universo dá-se momento raro na história da humanidade. Devia mais haver monumentos a esses surpreendentes encontros do que a ditadores de pensamento único. Quando se encontram, encontram as suas obras e estas, de alguma forma, completam mais um pouco do puzzle de uma revelação. Esse instante é fundamental na vida desse dois artistas encontrados pois encontram parte de si próprios. Sofrem uma confirmação, não da sua identidade, pois essa bem no fundo não existe, mas uma confirmação daquilo por que anseiam. Como se duas pinceladas se sublinhassem a si próprias. Há a confirmação de serem apenas instrumentos ao serviço do Belo, da Verdade e da Sabedoria. Tornam-se confrades de um templo único, não de um pensamento único. Tal como os místicos falam a mesma linguagem. Nesse encontro, que pode ser muito breve, há uma projecção imediata no futuro: um dia viverão nesse universo onde, provavelmente, estarão outros que os esperam. Podemos chama-lhe mesmo o paraíso da arte.

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