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Leia aqui a homenagem da Fundação António Quadros a António Telmo.



domingo, 22 de março de 2009

LISBOA, 22 DE MARÇO

Poucos. Mas bons. Os convivas que hoje, ao fim da tarde, se juntaram na Galeria Matos Ferreira, ao Bairro Alto, em Lisboa, para assistirem à segunda sessão de apresentação dos Cadernos. O gentil convite para a realização desta sessão havia partido, há algumas semanas, de Renato Epifânio, um dos directores da revista Nova Águia, que, para o efeito, cedeu à Serra d’Ossa uma data inicialmente reservada às actividades editoriais da Zéfiro, e que hoje conduziu o encontro, no qual participaram ainda Pedro Martins e Rodrigo Sobral Cunha, este último em substituição de António Telmo, cuja presença estava prevista, mas que, à última hora, por um motivo ponderoso, se viu impedido de estar presente na capital.
Após as boas vindas do anfitrião Matos Ferreira, coube a Renato Epifânio fazer a introdução que se impunha, perante um público que, com raras excepções (houve alguns colaboradores dos Cadernos que ali marcaram presença), ainda não estava familiarizado com o projecto nascente. Este destacado membro do Movimento Internacional Lusófono, que na véspera estivera em Sesimbra e acompanhara, quer na Biblioteca quer no Castelo, o nascimento da novel publicação, pôde hoje dar conta aos circunstantes do que se passou no dia de ontem. Renato Epifânio afirmou a importância deste projecto e salientou a cooperação que a Nova Águia lhe tem prestado, nomeadamente no domínio da divulgação, pois, como fez questão de frisar, a revista que dirige nasceu com um espírito positivo, um espírito de missão e de serviço à cultura portuguesa e lusófona.
Depois, foi a vez de Pedro Martins passar em revista os temas, as teses e os teoremas deste primeiro número dos Cadernos, que considerou trazer a marca da escola de António Telmo - o centro de um círculo que o seu magistério vem definindo há cerca de trinta anos. Os Cadernos são, por consequência, uma expressão da filosofia portuguesa, onde o livre pensamento religioso e a harmonia abraâmica preponderam.
Seguiu-se a intervenção de Rodrigo Sobral Cunha, que se propôs explicar o sentido do tema-título do Caderno inaugural: Universalidades. O autor da Filosofia do Ritmo Portuguesa procurou, então, mostrar como à época da globalização corresponde, afinal, um tempo onde se perdeu, quase por completo, o sentido do universal. E – pôde concluir - é nessa medida que os Cadernos são extravagantes – vão para além da vaga que hoje tudo procura impelir.
Matos Ferreira fez então circular pelas mesas alguns exemplares da nova publicação. Vivamente interessadas e calorosas, as reacções dos presentes não se fizeram esperar, trazendo palavras de elogio e encorajamento. No final desta jornada bem gratificante, exemplo da vida conversável que Agostinho da Silva sempre defendeu, fica a impressão de que o projecto dos Cadernos, ainda a dar os primeiros passos, tem boa cadência no andar e traz o passo firme e seguro. Nas próximas semanas a inquietude prosseguirá, desejavelmente à beira-Sado, em terras transtaganas ou na margem direita do Douro. Oxalá.

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