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sexta-feira, 6 de maio de 2011

PALAVRAS QUE FAZEM VER



















Álvaro Ribeiro e os livres pensadores

“Nenhuma escola, nenhuma seita manifestará benevolência para com o homem extravagante que pensa de modo diferente dos outros, nem quererá atrai-lo para o seu grémio. Esta verdade reflecte-se ao conhecido provérbio: O saber não ocupa lugar. De aí a tendência para negar justiça àquele que for sincero no falar e no escrever. A liberdade de pensamento é assim diariamente limitada pela crítica moral, política e religiosa, num processo que só terminará pelo nivelamento final das inteligências.”

Álvaro Ribeiro, “Escola formal”, Guimarães Editores, s.d, pág. 10

1 comentário:

  1. Já estamos todos mais ou menos nivelados. O ser humano singular, que pensa por sua conta e risco e, mais, que tem algo a mostrar (dar) aos outros, nada consegue hoje, apesar de ter liberdade para o fazer. Terá que ser membro de um grupo, associação ou partido, que tenha, como é evidente, número de contribuinte. Já Fernando Pessoa dizia há quase cem anos, mais ou menos isto «quando aparece um grande poeta, quem é que há para dar por ele». Porque agora, mais que nunca, terá que ter uma espécie de “certificação das universidades» ou outra agremiação semelhante.
    A fraqueza do pensar é tanta que ninguém acredita verdadeiramente numa ideia nova, num outro caminho. Esta negação do acto de pensar de pequenas e grandes massas, leva sempre à chamada “à única saída. Repare-se na expressão que agora em Portugal, perante um cenário deprimente, se repete por aí milhares de vezes: - «mas também quem é que há melhor do que ele para ir para lá (para o governo)?!»

    Dou um exemplo, embora controverso e bem diferente. Seja. É o caso da morte, a saída a que ninguém foge. Mas, ao contrário do que se possa pensar, a morte não é a única saída. É, sim, um “bilhete obrigatório” onde cada um sai na viagem à sua maneira. Deixa-se o corpo, é certo, como se deixa o meio de transporte. O resto depende da capacidade do viajante. E é nisto que a saída não é única, podendo dizer-se que há tantas saídas quantos os viajantes.

    Saudações
    Eduardo Aroso

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