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Leia aqui a homenagem da Fundação António Quadros a António Telmo.



quarta-feira, 2 de maio de 2012

FAZ HOJE ANOS QUE NASCEU ANTÓNIO TELMO













“Em qualquer ponto da terra que eu me encontre estou no centro comum a ambos, pois a distância que me separa do horizonte é em todas as direcções a mesma e também é a mesma em qualquer ponto do Céu envolvente. No entanto, outro ser que me é exterior está mais à direita ou à esquerda, à frente ou atrás desse centro que eu ocupo. Mas eu sei que do seu ponto de vista ele também se supõe no centro. As duas perspectivas provêm da limitação do olhar e são um engano. Se eu supuser a extensão infinita em todas as direcções, então a centralidade de cada ser aparece como verdadeira e objectiva.

Nasce daqui a noção de um espaço infinito, uma extensão vazia infindável. Não somos capazes de imaginar esse espaço, de o figurar como uma imagem e daí chamarmos-lhe um «conceito». Todavia, é a imaginação que supõe mais a quantidade de espaço para lá do limite do meu olhar e mais ainda para lá, do mesmo modo que posso somar sempre mais uma unidade a um número dado.”

António Telmo, O Portugal de António Telmo, Guimarães Edições, 2010, pág. 117

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