tag:blogger.com,1999:blog-2744572580803952582024-03-14T05:35:53.199+00:00Cadernos de Filosofia Extravagante(os textos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores)Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.comBlogger913125tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-4833192252619458532012-08-21T10:59:00.001+01:002013-11-20T14:00:14.758+00:00FAZ HOJE DOIS ANOS...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-X9aJFDOigFY/UDNaAZX83uI/AAAAAAAADVk/LGmMXhdowBc/s1600/telme.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://1.bp.blogspot.com/-X9aJFDOigFY/UDNaAZX83uI/AAAAAAAADVk/LGmMXhdowBc/s320/telme.png" width="320" /></a></div>
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Faz hoje dois anos que António Telmo partiu para junto da sua esfera celeste deixando nesta terra, para alguns, o seu rasto de cometa luminoso e, assim, continua presente nas memórias, nos escritos, nos corações e ainda, por uma espécie de milagre cósmico, em pequenos sinais, intuições, sonhos que acontecem, aqui e ali, como que indicando caminhos, pensamentos, obras, acções. Deixou-nos e não nos deixou jamais: eis o paradoxo de um ser humano excepcional. António Telmo, sempre...Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-16290636222667027422012-07-23T12:20:00.002+01:002012-07-23T12:40:08.888+01:00EXTRAVAGÂNCIAS II, 6<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-lP-8WO1jBwU/UA0yi6Pk4QI/AAAAAAAADVY/lUvdmSbC7yk/s1600/dama.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="245" src="http://1.bp.blogspot.com/-lP-8WO1jBwU/UA0yi6Pk4QI/AAAAAAAADVY/lUvdmSbC7yk/s320/dama.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<strong>A Dama</strong></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
(dedicado aos homens que escutam...)</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<strong><span style="color: #cc0000;">Cynthia Guimarães Taveira</span></strong></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span lang="EN"><strong>O Amor da Dama é:</strong></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span lang="EN">Incondicional</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span lang="EN">Atravessa os círculos dos mundos</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span lang="EN">Atravessa-os só para vir ter connosco</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span lang="EN">Nada mais lhe interessa</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span lang="EN">A não ser possuir-nos</span></div>
<br />
Totalmente<br />
<br />
Ela lê-nos, sabe-nos, conhece-nos até à raiz<br />
<br />
Embala-nos, submete-nos, mata-nos<br />
<br />
Dá-nos vida<br />
<br />
Fragmenta-nos e enche esses fragmentos da sua<br />
<br />
Própria substância<br />
<br />
Une o seu coração ao nosso<br />
<br />
Bate ao mesmo ritmo<br />
<br />
É o mesmo coração por instantes<br />
<br />
<strong>A Dama é:</strong><br />
<br />
Quem nos acolhe, nos escolhe, nos vigia<br />
<br />
Nos cerca em becos sem saída<br />
<br />
Nos fala pelas pessoas, atravessando-as<br />
<br />
Ela é quem nos condena a um estranho exílio<br />
<br />
Do mundo, das coisas, das pessoas,<br />
<br />
Exílio de nós mesmos<br />
<br />
Ela é quem nos tirou Tudo<br />
<br />
E nos deu Tudo<br />
<br />
O seu Amor é<br />
<br />
Transbordante<br />
<br />
Totalizante<br />
<br />
Próximo<br />
<br />
Forte<br />
<br />
Sereno<br />
<br />
Nunca nos deixa sós<br />
<br />
E deixa-nos para sempre solitários<br />
<br />
A Virgem deixa-nos<br />
<br />
Num deserto em expectativa<br />
<br />
Suspensos<br />
<br />
Indefinidos<br />
<br />
Prováveis constantemente<br />
<br />
E aparece-nos em pequenos gestos<br />
<br />
O Amor que deixa<br />
<br />
Espalha-se através de nós<br />
<br />
Nos outros seres.<br />
<br />
Ela é o verdadeiro pó de projecção<br />
<br />
Pó cósmico pairando a cada respirar<br />
<br />
Ela gera Irmãos quando faz os seus filhos morrer<br />
<br />
Ela é a Vida<br />
<br />
A culpa e a redenção<br />
<br />
O sorriso final<br />
<br />
Que nunca morre<br />
<br />
A nossa eternidade possível<br />
<br />
A reunião de todos os sonhos<br />
<br />
Tomados num cálice<br />
<br />
A semente do início<br />
<br />
Potência das potências<br />
<br />
Ela a grande surpresa<br />
<br />
Na noite<br />
<br />
Na Verdadeira Noite<br />
<br />
Ela forma o Dia no seu ventre<br />
<br />
Ela dá-nos o sonho de um dia ver o Dia.Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-49047707196399154422012-07-15T20:06:00.000+01:002012-07-15T21:21:05.387+01:00SABEDORIA ANTIGA, 21<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-n0pEVAZDPZ8/UAMT5xDxGyI/AAAAAAAADVM/7qnmihqwKXY/s1600/Ecce-Homo-433-pint.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-n0pEVAZDPZ8/UAMT5xDxGyI/AAAAAAAADVM/7qnmihqwKXY/s320/Ecce-Homo-433-pint.jpg" width="234" /></a></div>
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<strong>Ecce Homo?</strong><br />
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<strong><span style="color: #cc0000;">Alexandra</span> Pinto <span style="color: orange;">Rebelo</span></strong><span lang=""></span><br />
<br />
<div align="JUSTIFY">
Neste texto colocarei algumas hipóteses de reflexão em relação ao Ecce Homo do Museu Nacional de arte antiga. É um quadro enigmático, de origens não menos misteriosas. Sabe-se apenas que é “proveniente dos conventos extintos”, de acordo com a sua ficha no MNAA.</div>
<br />
O título que o acompanha, Ecce Homo, insere-o numa pintura de tema histórico bastante difundido. Pilatos, exibe Cristo à multidão, devidamente adornado com símbolos da realeza como sejam o manto púrpura e a coroa, tornada de espinhos. É um dos episódios de maior tensão nos Evangelhos canónicos. Pela primeira vez na, até aí, sua curtíssima história, a doutrina cristã está a ser exposta em meios hostis, sendo ridicularizada simbolicamente, fustigada pela dor física do próprio Cristo. Perante os nossos olhos, está a criar-se o arquétipo cristão da injustiça humana, expressa pela ferocidade extrema, podendo conduzir à morte dos que a defendem. Arquétipo, sem sombra de dúvida, Universal. <br />
<br />
A postura do Ecce Homo do MNAA, parece afastada do centro de toda esta tensão. Cristo está só, como que em apresentação autónoma. O fundo completamente negro do quadro, remete-nos para uma espécie de interpretação latina dos fundos dourados dos ícones bizantinos. Queriam estes remeter o espectador para um tempo sagrado, fora do tempo comum. Este Cristo, também ele, parece projectar-se para um tempo, longe daquele proposto como histórico, afirmando-se mais como uma impressão do sagrado, do que propriamente como uma representação mais ou menos realista formada a partir da noção de janela ilusória proposta pelo Renascimento. Parte do seu rosto está oculto pelo manto, não revelando o fundamental olhar. <br />
<br />
Se atentarmos na presença física de Cristo, reparamos na sua postura perfeitamente erecta, nas mãos cruzadas pela altura dos pulsos, estando o braço direito sobre o esquerdo, no inchaço na maçã do rosto, tornando-o irregular, na ocultação dos polegares, resultando isso na representação de quatro dedos apenas em cada mão. Adicionando o manto branco, que cobre quase todo o corpo, poderemos ter uma boa hipótese em relação à origem de tal imagem. Essa boa hipótese é o sudário, chamado, de Turim, onde a contestada figura de Cristo aparece com os mesmos atributos. O pano de linho esbranquiçado, exibe a imagem de um Cristo morto, de corpo perfeitamente vertical, mãos cruzadas pela altura dos pulsos, braço direito sobre o esquerdo, inchaço na maçã do rosto, tornando-o irregular, ocultação dos polegares. Dizem os patologistas estudiosos do sudário ser esta ocultação própria da crucificação, uma vez que, com o rompimento do nervo médio da mão, dá-se um voltear destes dedos para dentro, dando a ideia de que não estão presentes.<br />
<br />
Terá sido esta imagem impressa no sudário, o modelo de algumas representações de Cristo, desde o Manuscrito Húngaro de Preces (1192) à imagem de Cristo ressuscitado no seu túmulo, no Très Riches Heures de Jean de France, em parte encomendado a Jean de Colombe por Carlos I de Sabóia, representante da casa nobre detentora do sudário até ao final do Século XX, altura em que a doou ao Vaticano. Segundo julgo, foi esta mesma imagem que serviu de modelo para a construção do Ecce Homo do Museu Nacional de Arte Antiga.<br />
<br />
Poderemos, então, não estar perante um Cristo morto, mas um Cristo Vivo, ressurgido. Um outro pequeno enigma dentro do quadro, remete-nos para esta solução. Dezassete espinhos, atravessam o pano, ficando visíveis. Este número é referido no Evangelho de João, quando Cristo, depois da sua morte, aparece aos discípulos junto ao Lago de Tiberíades, na sua terceira aparição pós Ressurreição. Estes não tinham pescado nada na véspera. Ao aparecer-lhes, mais uma vez sem que o reconhecessem, Cristo pergunta-lhes se há alguma coisa para comer. A reposta é negativa ao que lhes é sugerido que lancem a rede para a direita. Lançam-na, ficando esta cheia de peixes. João reconhece, então, Cristo. O resultado da pescaria é contado: “cento e cinquenta e três” grandes peixes. 17 e 153, ocultam-se mutuamente. Manuel J. Gandra relembra-nos as contas precisas em Da <u>Face Oculta do Rosto da Europa</u>. Se somarmos todas as unidades entre 1 e 17, chegamos à soma de 153. Este número, então, é identificável com a terceira aparição de Cristo, numa das suas associações possíveis. Manifestação que termina a sua primeira passagem pelo tempo histórico, número transformado em medida perfeita de tempo divino. Perfeita deve ser, igualmente, entendida a sua actuação no espaço. Este Cristo exibe uma corda, unindo cabeça e mãos. Poderá querer referir-se à união entre o pensamento e a acção, ou entre a profecia e os factos acontecidos.<br />
<br />
Aqui chegados, poderemos então perguntarmo-nos pelas marcas dos cravos nas mãos. Se nos é apresentado um Cristo ressurgido, assistindo nós a um dos maiores Mistérios do cristianismo, momento solene, perfeito, ocultado em parte por não nos ser permitido ver tudo, porque não a inclusão das suas feridas? Penso que, mais uma vez, a leitura dos Evangelhos Canónicos pode dar essa resposta. A imagem de Cristo não é facilmente reconhecida por todos aqueles que com ele conviveram. Tirando um ou outro episódio em que as feridas são mostradas como prova, sendo a de Tomé exemplar, não é essa a forma usual de o reconhecer. A forma é, quase sempre, qualquer coisa como uma intuição súbita. Talvez seja essa intuição aquela que, em primeiro e último lugar, nos é requerida ao observar esta imagem.Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-71666419427388858262012-06-22T00:09:00.005+01:002012-06-22T00:09:54.195+01:00DIA 30 DE JUNHO....ACONTECE<span style="font-size: medium;"><strong><span style="color: #cc0000;">Na Biblioteca Municipal de Sesimbra</span></strong></span><div style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;"><strong></strong></span> </div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;"><strong>10.00</strong></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;"></span> </div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;">Protagonistas:
<b>Jaime Cortesão e a Arrábida</b></span></div>
<div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;">Oradores:<br /><b><span style="color: #e06666;">António Braz de Oliveira</span></b></span>
<span style="font-size: medium;">– Jaime Cortesão e o “risco” da Renascença
Portuguesa<br /><b><span style="color: #cc0000;">Nuno Sottomayor Ferrão</span></b></span> <span style="font-size: medium;">– A Renascença Portuguesa e o percurso político e
historiográfico de Jaime Cortesão<br /><b><span style="color: #990000;">Pedro Martins</span></b></span> <span style="font-size: medium;">– Jaime Cortesão, A Renascença Portuguesa e o ensino da
história pátria.</span></div>
<div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;"><i><span style="color: #990000;">intervalo para
almoço</span></i></span></div>
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;"><strong>15:00</strong></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;"><strong></strong></span> </div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;">Oradores:<br /><strong><span style="color: #3d85c6;">Renato Epifânio</span></strong></span> <span style="font-size: medium;">– Jaime Cortesão e Agostinho da Silva<br /><b><span style="color: #6fa8dc;">António
Cândido Franco</span></b></span> <span style="font-size: medium;">– A poesia de Jaime
Cortesão</span></div>
<div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;"><i><span style="color: #990000;">intervalo</span></i></span></div>
<div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;"><b><span style="color: #e69138;">Elísio
Gala</span></b> – O franciscanismo de Jaime Cortesão<br /><b><span style="color: #f6b26b;">Roque Braz de
Oliveira</span></b></span> <span style="font-size: medium;">– Jaime Cortesão e a
Arrábida</span></div>
<div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;"><i><span style="color: #990000;">intervalo</span></i></span></div>
<div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;"><strong>18:00</strong></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;"><strong><br /></strong>Local:
Núcleo Museológico da Capela do Espírito Santo dos Mareantes de
Sesimbra</span></div>
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: medium;">Conferência A
Arquitectura do Convento da Arrábida, por <span style="color: #6aa84f;"><b>Luís Paixão</b></span>Recital de
música e poesia, por <b><span style="color: #93c47d;">Maurícia Teles da Silva</span></b></span></div>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-56511403705991922822012-05-25T16:19:00.001+01:002012-05-25T22:01:26.090+01:00TEMPOS DE HOJE, 5<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-qgf2tBvUTW8/T7-iQuGNHiI/AAAAAAAADU4/SQQV3bLvU_0/s1600/caleidosc%C3%B3pio.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-qgf2tBvUTW8/T7-iQuGNHiI/AAAAAAAADU4/SQQV3bLvU_0/s320/caleidosc%C3%B3pio.jpg" width="320" /></a></div>
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<strong>Caleidoscópio</strong><br />
<br />
<strong><span style="color: #a64d79;">Cynthia Guimarães Taveira</span></strong><br />
<br />
<span lang="EN">Quando o destino nos conduz para diversas mortes e, quando delas renascemos, a consequência é que o mundo passa a ser caleidoscópico. Caleidoscópico no sentido em que deixa de ter apenas uma dimensão. Quando nascemos apenas como corpo ele tem apenas uma dimensão: a cara da mãe surge-nos no berço a sorrir e ela é apenas uma cara que reconhecemos e que sorri. Não tem profundidades complexas nem níveis de entendimento. Os anos passam e a vida vai desdobrando-se em múltiplos sentidos. O caleidoscópio está sempre a girar e os desenhos são seres vivos que geram outros em sucessão, a partir de um centro. Para os que deixaram que a semente da Poesia se desenvolvesse dentro de si, facilmente a reconhecem tal qual o espírito que sopra sobre águas. Ela atravessa a cidade num passeio, ou o campo, ou as estrelas. O mundo é composto de Poesia. Para os místicos, para além dessa poesia, ele é composto pelas presenças que, mais do que pressentidas, se sentem. Para o Artista, para além dessa Poesia e dessas presenças, o mundo é composto de mudança, como disse o nosso Camões. O que ele vê é que presenças ancestrais, carregadas de poesia, o cercam e o amam, o possuem, a ele se unem para que a obra se faça. Quando Deus quer e o homem sonha, como escreveu o nosso Pessoa, o que existe é uma união entre o artista e o divino, núpcias apenas possíveis apenas pela Poesia ou pelo sonho. É num plano onírico de vigília que o mundo se apresenta como um caleidoscópio criativo. É possível cristalizar alguns momentos em arte. Subtilizar a matéria e materializar o subtil. Aquilo que o artista faz é apenas uma ínfima parte daquilo que ainda tem de ser feito. Como se potencialmente todos os momentos de um caleidoscópio girando eternamente fossem possíveis de agarrar, de se tornarem Ser, como se o mundo fosse um grande campo de borboletas mas só algumas fossem apanhadas, e assim cristalizadas pudessem, enfim, ser observadas na sua variedade e multiplicidade de cores e formas.<br />
<br />
No filme <i>A Festa de Babette </i>de Gabriel Axel, a artista, uma cozinheira que transforma os alimentos em arte, a páginas tantas diz: “<i>Um Artista nunca é pobre</i>.” Frase que preenche todo o filme e todo o calor da cozinha onde graciosamente ela se move. Um artista nunca é pobre porque está sempre preenchido por essas presenças e essas escutas. O caleidoscópio brilha mais intensamente e move-se talvez mais rapidamente, uma vez que de alguma maneira a arte contribui para a verdadeira evolução do mundo. Tornando Seres todos os momentos em que o humano e o divino se encontram na Poesia e no Sonho.<br />
<br />
Hoje, pensar e sentir assim, é considerado retrógrado e fantasista porque a Arte se tornou num aspecto lúdico, num jogo de palavras, cores, formas e sons. Pensa-se e efectua-se aquilo a que se chama arte com a ligeireza e a leviandade com que se chuta uma bola para longe. Na maioria das vezes os ateliers estão vazios de presenças, apenas o auto-denominado artista lá se encontra brincando com os pincéis, ou com as palavras num eco que é só silêncio oco. Perdeu-se na grande maioria dos casos a noção de divino, de sagrado. Recuperar essa dimensão é, também, recuperar uma companhia. Mas não é uma companhia fantasista como um “amigo imaginário” que apenas tem como função o nosso afastamento da loucura. Essa companhia tem uma existência tão concreta como a nossa. Tem uma vontade tão ferrenha quanto a nossa, obriga às lutas com o anjo, à discussão com ele, à procura de uma harmonia com ele. Para a psicologia, isto é uma psicose, tal é o grau de dessacralização com o qual o homem é confrontado nos nossos dias. Porém, esse mesmo psicólogo é capaz de admirar Dante, Camões, Pessoa, não fazendo a mínima ideia da complexidade e da dinâmica de vida que estão por detrás da criação. Quando Camões canta o Amor, canta a Dama amada, não canta uma fantasia infantil, canta o mais alto grau de Amor que humanamente conseguimos alcançar: todo esse amor é projectado para um plano divino e dele, em simultâneo, é seu produto. Se um psicólogo conseguisse entender isso transformar-se-ia num Camões em vida, com os seus altos e baixos e as suas viagens astrais entre terra e céu e não havia psicologia que lhe valesse, nem auto-estima que procurasse e a criação não mais apareceria como terapia para um melhor enquadramento no mundo. A criação apareceria como o único propósito do mundo e o olhar caleidoscópico não seria visto como fuga, remendo, catarse, escape mas sim como o mundo tal qual ele é, na sua riqueza original. Por isso, andarmos um passo atrás na nossa civilização é, sem que o saibamos, andar dois para a frente, ao contrário do que actualmente tendemos a fazer: dar um passo à frente andando para trás. Chegámos a um impasse de passos e toda a tensão sentida no Século XIX, entre um progresso dessacralizado e um passado que é só memória, permanece em pleno século XXI. O caleidoscópio, esse está sempre lá, à nossa espera, do nosso olhar e do nosso sentir.</span>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-87611183069702194342012-05-24T13:20:00.001+01:002012-05-24T13:20:30.699+01:00ESTE SÁBADO...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-EFiS-QmAGfE/T74lZiokvVI/AAAAAAAADUs/MIranV1yFNs/s1600/fractais+belos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="http://4.bp.blogspot.com/-EFiS-QmAGfE/T74lZiokvVI/AAAAAAAADUs/MIranV1yFNs/s320/fractais+belos.jpg" width="320" /></a></div>
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<span style="color: #0b5394;"></span> </h3>
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<h3>
<span style="color: #0b5394;">II
ciclo de estudos em homenagem a António Telmo</span></h3>
<h3>
<span style="color: black;"><span>O
legado da Renascença Portuguesa: livros e autores</span> </span><span><span style="color: black;">Março a Novembro de
2012<br />Biblioteca Municipal de Sesimbra</span></span></h3>
<div style="text-align: left;">
<span></span> </div>
<div style="text-align: left;">
<span></span><span><span style="font-size: small;">26 de Maio, 15 horas.</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span></span>Colóquio <b><span style="color: #3d85c6;">Da Cartilha à Gramática</span></b></div>
<div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: left;">
Oradores:</div>
<div style="text-align: left;">
<br /><span style="color: #0b5394;"><strong>Ponces de Carvalho</strong></span> – João de
Deus e a didáctica da Cartilha Maternal<br /><strong><span style="color: #bf9000;">Isabel Xavier </span></strong>– A poesia de
João de Deus<br /><b><span style="color: blue;">Rodrigo Sobral Cunha</span></b> – A Gramática Secreta da Língua
Portuguesa<br /><br />Apresentação das</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<strong>Actas do IV Colóquio luso-galaico sobre a Saudade</strong> por <strong><span style="color: #e69138;">Renato Epifânio</span></strong></div>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-2884127890297075052012-05-23T23:14:00.000+01:002012-05-23T23:14:10.909+01:00AFORISMOS, 137<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-0q2_GScjVO0/T71gV2S_lTI/AAAAAAAADUg/ZkfQcf3RmY4/s1600/macrocosmos.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="248" src="http://4.bp.blogspot.com/-0q2_GScjVO0/T71gV2S_lTI/AAAAAAAADUg/ZkfQcf3RmY4/s320/macrocosmos.png" width="320" /></a></div>
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Por <strong><span style="color: #cc0000;">Eduardo Aroso</span></strong><br />
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<span lang="PT">Filosofia e arte são universais. Todavia, negar uma filosofia situada – a portuguesa, no caso que nos interessa – seria o mesmo que falar da não existência de uma música portuguesa, de uma arte portuguesa, de uma poesia portuguesa. O singular não tem que excluir o universal, pois este forma-se das relações daquele, um interessante <i>casticismo</i>, como lhe chamou Unamuno. Só pelo <i>particular</i> o vazio, que muitas vezes é o chamado <i>geral,</i> se desvanece para dar lugar ao ser, ao ser algo, tal como um corpo composto de funções e órgãos vários. A alma desse corpo, que o envolve e sustém, é a verdadeira universalidade que tudo toca, depois de preenchido o nada-geral, o homogéneo de coisa nenhuma, a universalidade que irmana e torna luminosas as particularidades.</span>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-10850593866442624012012-05-15T11:17:00.002+01:002012-05-15T11:17:56.079+01:00DIA 27 DE MAIO... ACONTECE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-SO7a7gAUnHs/T7ItEVrVV5I/AAAAAAAADUU/yPMUKqdy0Vo/s1600/esp%C3%ADrito+santo.gif" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="http://2.bp.blogspot.com/-SO7a7gAUnHs/T7ItEVrVV5I/AAAAAAAADUU/yPMUKqdy0Vo/s320/esp%C3%ADrito+santo.gif" width="320" /></a></div>
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No próximo dia 27 de Maio, domingo de Pentecostes, realiza-se, a partir das
11h00, a <strong>22ª Festa do Espírito Santo</strong> no Convento Velho da
Arrábida, com organização da Associação Agostinho da Silva-Convento Sonho e
Fundação Oriente-Convento da Arrábida. Neste dia serão lidos e cantados poemas
de António Quadros e Agostinho da Silva e será prestada uma homenagem à
escritora Dalila Pereira da Costa, falecida no passado dia 2 de Março. Estarão
presentes diversas personalidades ligadas à Associação Agostinho da Silva, ao
Círculo António Telmo, à Escola Aberta Agostinho da Silva, à Fundação António
Quadros e ainda à Universidade de Évora.Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-48510187237330961442012-05-13T12:35:00.000+01:002012-05-13T12:35:44.303+01:00EXTRAVAGÂNCIAS II, 5<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-Y8OsNwsdHJY/T6-bl1uFRuI/AAAAAAAADUI/Durpa0OHk0s/s1600/jardim.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="http://3.bp.blogspot.com/-Y8OsNwsdHJY/T6-bl1uFRuI/AAAAAAAADUI/Durpa0OHk0s/s400/jardim.jpg" width="400" /></a></div>
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QUANDO O SOL BRILHA</div>
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<strong><span style="color: #38761d;">Cynthia Guimarães Taveira</span></strong></div>
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No outro dia foi uma ex-aluna do Mestrado em Estudos Portugueses falar à turma sobre a forma como tinha escrito a tese. Dizia ela que os livros certos, na altura da investigação, iam ter com ela de alguma maneira e isto, dizia ela, porque se encontrou no “modo de livro”, o mesmo “modo”, que, segundo a explicação dela, fazia com que uma grávida que soubesse que estava grávida, ao sair à rua, notava um número considerável de grávidas pelo passeio fora. Estariam as mulheres grávidas em “modo de gravidez”. O mundo não se havia alterado em nada, no entanto, elas de alguma maneira estariam abertas e receptivas a tudo o que à gravidez dissesse respeito.<br />
Facilmente isto se confunde com a ideia de Rémi Boyer de que, no jardim, não há diferença entre o “dentro” e o “fora”. Mas não se pode confundir. Nesse estado de “modos”, a sua causa é o estado da Pessoa enquanto no jardim não há Pessoa alguma. Não há ninguém. Há apenas uma consciência sem Pessoa. Os acontecimentos desenrolam-se para além da vontade ou do desejo. Os próprios acontecimentos se situam na esfera do Ser. É o momento das constatações e não das intervenções. Sendo que essas constatações são, enfim, a grande intervenção, o grande raio que cai do céu. Quando no jardim, não há diferença entre o “dentro” e o “fora”, isso não acontece por nenhuma obsessão ou ideia fixa. Isso acontece no próprio fluir dos acontecimentos. O jardim dialoga com o jardineiro, não num mero jogo de espelhos, mas num autêntico processo criativo em que a acção e a reacção são apenas Um. O mundo não responde ao “interno” como se fosse uma lua meramente reflexiva, nem o interno reage ou provoca o mundo como se fosse também uma lua passiva dos reflexos mundanos. Um mundo reflexivo é um mundo semi-morto porque implica o não-movimento como estágio de morte. No jardim está tudo em movimento porque lá se encontra a Vida. Há uma finalidade última, como há sempre uma finalidade num gesto de criação. Essa finalidade última une-se à causa primeira ao ponto de não haver distinção. Há verdadeiramente um caminho dentro do caminho. Um caminho de vida dentro de um caminho de morte. Esse caminho é deveras muito estreito e apertado vivendo, no entanto, na mais pura liberdade do gesto. É um caminho sem erro porque o único erro consiste, paradoxalmente, em sair para fora desse espaço de liberdade e de silêncio de que nos fala Rémi Boyer. Não há rectificações de modo a que o objecto coincida na perfeição com o seu reflexo. Porque não há reflexos. Não é um caminho iluminado pela lua. É um caminho iluminado pelo sol.<br />
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</div>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-629758611003522622012-05-08T00:03:00.001+01:002012-05-08T00:03:03.140+01:00REPORTAGEM...Reportagem fotográfica do Colóquio "Regresso a Pascoaes" em:<br />
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<a href="http://circuloantoniotelmo.wordpress.com/2012/05/07/regresso-a-pascoaes-o-coloquio-em-imagens/">http://circuloantoniotelmo.wordpress.com/2012/05/07/regresso-a-pascoaes-o-coloquio-em-imagens/</a>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-85314437583895592682012-05-03T21:05:00.000+01:002012-05-04T00:35:35.218+01:00CARTA ABERTA A PEDRO SINDE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-kHeK0WTWwsw/T6LkccEFfOI/AAAAAAAADT8/uVEPCK0n0CE/s1600/astrologia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://2.bp.blogspot.com/-kHeK0WTWwsw/T6LkccEFfOI/AAAAAAAADT8/uVEPCK0n0CE/s320/astrologia.jpg" width="320" /></a></div>
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Por <strong><span style="color: #a64d79;">Eduardo Aroso</span></strong><br />
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<b><span style="font-family: Bell MT; font-size: small;"><span style="font-family: Bell MT; font-size: small;">Carta-aberta a Pedro Sinde sobre a sua comunicação Senhora da Noite – a imaginação divina, no Colóquio «Regresso a Pascoaes» (Sesimbra, 21-4-2012</span></span></b><span style="font-family: Bell MT; font-size: small;"><span style="font-family: Bell MT; font-size: small;">) </span></span><br />
<span style="font-family: Bell MT; font-size: small;"><span style="font-family: Bell MT; font-size: small;">
</span></span><br />
<span style="font-family: Bell MT; font-size: small;"><span style="font-family: Bell MT; font-size: small;">Sobre a sua intervenção intitulada <i>Senhora da Noite – a imaginação divina</i>, se não estivéssemos entre pessoas de pensamento, eu diria simplesmente gostei porque gostei, e tudo estaria justificado. Como não é o caso, devo dizer-lhe que fiquei impressionado pelo modo como o Pedro abordou o assunto, isto é, foi um poeta que falou de outro poeta, afinal o poeta que há em (ou que é) Pedro Sinde, e que eu já havia descoberto em <i>O Canto dos Seres</i>. Falou em perfeita afinidade e só assim se compreende o que disse sobre Pascoaes, nomeadamente na ideia da meia-noite, da manhã e da tarde, trazendo o inefável para o plano da comunicação para chegar a todos, é certo segundo a sensibilidade de cada um, porque creio que o que tenha havido no plano da razão terá sido captado, diria, de um modo mais uniforme. <br />
<br />
Enquanto o Pedro Sinde falava do profundo sentido criativo que há na meia-noite, eu ia fazendo um certo raciocínio que gostaria de lhe comunicar, pois ele prende-se com outro ponto nuclear que nos motiva a todos e que é a quarta casa do horóscopo de Portugal, feito por Pessoa, e interpretado por António Telmo. Duas ou três palavras prévias para nos situarmos melhor: a 4ª casa (lar, família, ancestralidade, tradição, terrenos, estrutura psíquica ou “alicerces”), portanto uma casa de raízes, escura ou obscura, corresponde à meia-noite, opondo-se à 10ª casa (o meio-dia, a luz, a realização visível, o público, a autoridade instituída, o que é oficial). Eu que há já alguns anos me interesso pela astrologia, nunca havia reparado que se tivermos que associar o que se tem chamado <i>filosofia portuguesa </i>ou <i>tradição portuguesa, </i>será à 4ª casa, dado ser este um Movimento sempre “às escuras” no reconhecimento oficial dos meios académicos e culturais instituídos, assunto que podemos legitimamente atribuir à 10ª casa. Assim, a 4ª casa opõe-se à 10ª, mas o sentido de opor-se reveste-se de aspectos um tanto subtis, como vamos observar de seguida. Vemos assim que a tradição filosófica portuguesa e a filosofia oficial ou académica opõem-se, respectivamente, na mesma proporção e sentido que a 4ª casa do horóscopo se opõe à 10ª. <br />
<br />
Mas vejamos o que nos diz António Telmo <i>«Tudo quanto se pensa vaticinar para o futuro deve ser lido no quarto quadrante, com início no Fundo do céu (o nadir do horóscopo), ou seja, a quarta casa» </i>(…) <i>«o quarto quadrante do horóscopo é o oposto do segundo quadrante </i>[ou seja, o que eu disse atrás, a 4ª casa opõe-se à 10ª, sendo que cada quadrante tem 3 casas, portanto a quarta parte da divisão dos 12 signos], <i>aquele que define a época dos Descobrimentos tendo por termo Alcácer-Quibir e os Filipes. No Meio do Céu, ao alto </i>[a 10 ª casa, isto é, o que está bem visível], <i>está o trono simbólico de Portugal onde se sentou, ao findar do signo oceânico de Peixes, D. João, Mestre de Avis». </i>Repare-se que não é só a característica de visibilidade que define a 10ª casa, mas também o apogeu ou máxima realização visível. Assim, na astrologia mundana corresponde, por exemplo, à casa da coroação de um rei ou eleição de um presidente da república; na astrologia pessoal significa o apogeu da carreira profissional. <br />
<br />
Telmo contrapõe a este facto da 10ª, o trono do Mestre de Avis, a ascensão do socialismo na 4ª casa, o ponto oposto: <i>«No Fundo do Céu (o nadir do horóscopo), que </i><br />
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</i><br />
<i>corresponde ao ano de 1877, deu-se um acontecimento que, na altura, pode ter passado mais ou menos despercebido, mas que marca a orientação que o quarto quadrante imprime a tudo quanto, no domínio político, se passou até agora e se há-de vir a passar no futuro. Foi a fundação do partido Socialista». </i>Prossegue António Telmo <i>«estas conexões, por relação de opostos (do segundo quadrante com o quarto e das casas entre si, da primeira com a primeira, da segunda com a segunda *, à esquerda e à direita da linha zénite-Nadir) </i>[ou seja a linha que vai da 10ª casa à 4ª] <i>resultam da lei geral que faz do hemisfério inferior e nocturno a projecção, como num espelho em modo inverso, do hemisfério superior ou diurno» </i>(…) prosseguindo o autor citando mais acontecimentos marcantes como exemplos. <br />
<br />
Ora, é para as seguintes palavras de Telmo que eu gostaria de lhe chamar a atenção <i>«…resultam da lei geral que faz do hemisfério inferior e nocturno a projecção, como num espelho em modo inverso, do hemisfério superior ou diurno»</i>. Se relacionarmos o que o Pedro disse no colóquio, quanto às possibilidades genésicas e primordiais da mística meia-noite em Pascoaes, a hora do caos em que tudo começa lentamente a ganhar forma (qual semente no escuro da terra que só pela manhã se vê), logo constatamos que não só o hemisfério inferior e nocturno é uma projecção, como num espelho em modo inverso, do hemisfério superior ou diurno, como (inversamente) o citado primeiro hemisfério, o nocturno, pode ser o arquétipo digamos assim, do segundo, o diurno ou superior. Ou seja, é a noite que fecunda o dia, do caos vem a obra, para que o dia, por sua vez, deixe o “sémen solar” que não arrefeça de todo a luz nocturna, sem o que haveria escuridão permanente e, consequentemente, morte. <br />
<br />
No caso do socialismo (ligado à 4ª casa, segundo Telmo), não é ele que fecunda os acontecimentos luminosos da 10ª, é bem de ver, pelo contrário (por isso se lhe opõe), mas, e também segundo o sentido que o filósofo confere ao socialismo como dissolução total, sabemos que a 4ª casa é um fim e um recomeço, e enquanto recomeço é um útero. <br />
<br />
Pelos exemplos apontados, creio que se compreenderá melhor a tal subtileza do sentido do aspecto de oposição astrológica de que lhe falei atrás. Os factores em causa, neste caso, o sentido das casas com os seus acontecimentos, devem sempre ser vistos como uma totalidade mais abrangente pois, por exemplo, nada significa dizer <i>alto </i>sem a noção de <i>baixo</i>, ou <i>frio </i>sem a noção de <i>calor</i>. A 4ª casa, sendo o inferno do horóscopo, no sentido do ponto mais baixo e escuro (rege também aos cemitérios, poços e escavações) é também, como disse, o útero de tudo, pois veja-se que a mãe está relacionada a esta casa e à Lua. <br />
<br />
O que eu gostaria é que o Pedro, tomando a sua fecunda exposição do tema acima referido, reflectisse nestas relações, onde a meia-noite em Pascoaes parece ter o sentido uterino que é já a vitória sobre a dissolução ou caos, na liberdade feminina e divina de tudo recomeçar, já para não falarmos da observância dos ciclos. Peço-lhe que não entenda esta minha sugestão como “exortação de mestre” (pois em volta do mestre temos estado), mas de alguém que viu na sua comunicação do dia 21 de Abril, em Sesimbra, uma tremenda relação de Pascoaes com aquilo que podemos ler no horóscopo de Portugal. <br />
<i></i><br />
<i>* Há aqui um lapso que deve ser entendido mesmo assim, isto é, como lapso, pois António Telmo, até por descrições anteriores, vê-se que conhecia mais que suficientemente o assunto do grafismo do horóscopo. Quando diz que a primeira casa se opõe à primeira, queria dizer que se opõe à sétima, bem como a segunda se opõe à oitava. <br />
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</i>Um abraço cordial <br />
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Eduardo Aroso <br />
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23-4-2012 </span></span>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-10222741926038810202012-05-03T08:48:00.000+01:002012-05-03T08:48:24.175+01:00AFORISMOS, 136<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-i046CHKyTxU/T6I3rXupUgI/AAAAAAAADTw/BCJcwFDuRG8/s1600/amor.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-i046CHKyTxU/T6I3rXupUgI/AAAAAAAADTw/BCJcwFDuRG8/s320/amor.jpg" width="271" /></a></div>
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<span lang="EN"><strong><span style="color: #7f6000;">Eduardo Aroso</span></strong></span><br />
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Há nas profecias do Bandarra de Trancoso e na hipergnose do Espírito Santo uma correspondência. Nelas convergem as promessas de realização e de revelação. Se, no primeiro, o tempo é, por assim dizer, a seiva da profecia “desviada” do tempo histórico, no segundo, sejam quais forem os desvios dos tempos, o erro se sublima em perfeição para novo rumo.Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-31073621063023963142012-05-02T12:17:00.000+01:002012-05-02T12:17:21.930+01:00FAZ HOJE ANOS QUE NASCEU ANTÓNIO TELMO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-vf0T9RVaL10/T6EXixn3tZI/AAAAAAAADTk/IYzBqh-KnNM/s1600/telmo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="222" src="http://1.bp.blogspot.com/-vf0T9RVaL10/T6EXixn3tZI/AAAAAAAADTk/IYzBqh-KnNM/s320/telmo.jpg" width="320" /></a></div>
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<span lang="EN">“Em qualquer ponto da terra que eu me encontre estou no centro comum a ambos, pois a distância que me separa do horizonte é em todas as direcções a mesma e também é a mesma em qualquer ponto do Céu envolvente. No entanto, outro ser que me é exterior está mais à direita ou à esquerda, à frente ou atrás desse centro que eu ocupo. Mas eu sei que do seu ponto de vista ele também se supõe no centro. As duas perspectivas provêm da limitação do olhar e são um engano. Se eu supuser a extensão infinita em todas as direcções, então a centralidade de cada ser aparece como verdadeira e objectiva.<br />
<br />
Nasce daqui a noção de um espaço infinito, uma extensão vazia infindável. Não somos capazes de imaginar esse espaço, de o figurar como uma imagem e daí chamarmos-lhe um «conceito». Todavia, é a imaginação que supõe mais a quantidade de espaço para lá do limite do meu olhar e mais ainda para lá, do mesmo modo que posso somar sempre mais uma unidade a um número dado.”<br />
<br />
António Telmo, <i>O Portugal de António Telmo</i>, Guimarães Edições, 2010, pág. 117</span>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-38582475400227267662012-04-08T13:09:00.003+01:002012-04-08T20:38:25.994+01:00SABEDORIA ANTIGA, 21<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/--tpNRJimozg/T4F-nczw8ZI/AAAAAAAADTc/4d5EQ8EnuBQ/s1600/ascen%C3%A7%C3%A3o+de+cristo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="304" src="http://3.bp.blogspot.com/--tpNRJimozg/T4F-nczw8ZI/AAAAAAAADTc/4d5EQ8EnuBQ/s320/ascen%C3%A7%C3%A3o+de+cristo.jpg" width="320" /></a></div><br />
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<strong>Cristianismo debaixo de terra</strong><strong></strong><br />
<strong><br />
Por <span style="color: #990000;">Alexandra Pinto Rebelo</span><br />
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</strong>Os quatro evangelhos canónicos não são férteis no que diz respeito a referências ao mundo ctónico. Parece que este nível, tão actualizado no paganismo, é propositadamente silenciado. O interesse principal é o ir anotando feitos de Cristo, mostrando-o como o grande propósito. O que estes homens parecem dizer é que estão a assistir a uma (nova?) cosmogonia e a toda a mitologia que daí advém. É uma mitologia não escutada, ao contrário do habitual, mas exibida à sua frente. Estão a assistir a gestos primordiais, tendo isso mais importância do que tudo o resto. <br />
<div align="JUSTIFY">Mateus será aquele que incluirá a marca ctónica mais forte: “ Então, o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo. A terra tremeu e as rochas fenderam-se. Abriram-se os túmulos e muitos corpos de santos, que estavam mortos, ressuscitaram; e, saindo dos túmulos depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos.” (Mt. 27,51-53)</div>O que Mateus parece indicar, com estas imagens marcantes e, porventura, assustadoras, é que, no período entre a morte e a ressurreição de Cristo, o nível terrestre e o ctónico ficaram, subitamente, sem delimitação. Mas esta falha temporária de fronteiras é vigiada, no entanto, por um poder superior. São somente os corpos dos santos aqueles que ressuscitam, levando a crer que estes, à semelhança de Cristo, apenas tinham a vida suspensa nos seus túmulos. A sua morte física seria, desta forma, uma mera ilusão. Um percurso necessário, em suspensão de sinais vitais físicos, para que se confirmasse a sua vitória sobre a morte.<br />
Aqui chegados, é impossível não fazer analogias com todo o simbolismo surgido com o aparecimento das sociedades agrícolas. Também as sementes, exemplos maiores de vida suspensa, são lançadas à terra, aí permanecendo até ao seu renascimento. Tal como a Lua, (desaparecida durante três dias antes de ressurgida – “A Lua é o primeiro morto”, segundo E. Seler) as sementes, durante todo o seu processo de oclusão debaixo de terra em morte aparente, reaparecerem devidamente transmutadas. Estes processos, observados e apreendidos, encaminham o ser humano para a evidência de que não existe morte. Torna-se mais legíveis, então, o vasto número de parábolas cristãs relacionadas com o mundo vegetal, pontes indicadoras da possibilidade efectiva de Ressurreição.<br />
O gosto do cristianismo dos primeiros séculos por espaços debaixo do chão, será um encenar cíclico desta suspensão da vida. São construídas câmaras, mais ou menos extensas, sacralizadas sobretudo pelo deslumbramento, e mistério, do próprio processo. Aí, não só os “aparentemente mortos” são depositados, como têm lugar as refeições rituais dos vivos. Refeições festejando, ou solicitando a abundância, dependentes do próprio sucesso das fases agrícolas. Dependentes, pois, da esperança na sucessiva ressurreição das sementes.<br />
Por esta altura, já o cristianismo deixara transbordar a sua latente vocação ctónica. A criação destes espaços reais, subterrâneos, possibilitava a cumplicidade simbólica dos vivos, no germinar das sementes, por proximidade. Em câmaras que, tal como os neófitos (pelo menos os Pessoanos), sabiam que não existia morte. Nem a da alma, nem a do corpo.Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-50017643892797685762012-04-08T12:59:00.000+01:002012-04-08T12:59:44.211+01:00AFORISMOS, 135<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-RMr7MkImuiY/T4F9Tj36A8I/AAAAAAAADTU/24EfYLIJNaI/s1600/descartes.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-RMr7MkImuiY/T4F9Tj36A8I/AAAAAAAADTU/24EfYLIJNaI/s320/descartes.jpg" width="305" /></a></div><div align="left" class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Por <strong><span style="color: #38761d;">Eduardo Aroso</span></strong></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #002060;"><span style="color: black;">Já se escreveu sobre o Erro de Decartes, outros querem ter demonstrado que a física quântica destronou erros de Aristóteles, autores vários fizeram livros sobre os Erros de Deus (!), sendo este o título de, pelo menos, uma das obras. Sem prejuízo do que a civilização cada dia aprende e esquece, os chamados seres humanos de “ponta” descobrem constantemente erros nos que os precederam, não havendo assim tempo para descobrir em tal actividade intelectual vestígios de erros de descobertas presentes e futuras.<o:p></o:p></span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"> </div><div class="MsoNormal"><o:p> </o:p></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"></div>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-4990406368895479422012-03-31T22:11:00.001+01:002012-03-31T22:25:53.290+01:00FOTO-REPORTAGEM POR FILIPE NOBRE GOMESSESIMBRA, 31 DE MARÇO (Biblioteca Municipal de Sesimbra)<br />
<strong>A Renascença Portuguesa: Contexto, Panorama e Perspectivas</strong><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-aFXTz9DiJHc/T3duvJ51bQI/AAAAAAAADSc/jHmg7nSZDN0/s1600/IMG_8367.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://3.bp.blogspot.com/-aFXTz9DiJHc/T3duvJ51bQI/AAAAAAAADSc/jHmg7nSZDN0/s400/IMG_8367.JPG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">(da esquerda para a direita) Maurícia Teles da Silva, Pedro Martins, Cynthia Guimarães Taveira, Renato Epifânio, Miguel Real</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-wgV873syTlE/T3dvikrMmWI/AAAAAAAADSk/pCuFIxIKcGA/s1600/IMG_8331.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-wgV873syTlE/T3dvikrMmWI/AAAAAAAADSk/pCuFIxIKcGA/s400/IMG_8331.JPG" width="266" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Maurícia Teles da Silva</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-D_QHg3wK-w8/T3dv56gH-9I/AAAAAAAADSs/3YWONB_QNrg/s1600/IMG_8289.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://4.bp.blogspot.com/-D_QHg3wK-w8/T3dv56gH-9I/AAAAAAAADSs/3YWONB_QNrg/s400/IMG_8289.JPG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"></div>Maurícia Teles da Silva e Pedro Martins<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-VKKA9Bxdk_c/T3dwS-r5esI/AAAAAAAADS0/Ll8Vmo5JbZw/s1600/IMG_8309.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://2.bp.blogspot.com/-VKKA9Bxdk_c/T3dwS-r5esI/AAAAAAAADS0/Ll8Vmo5JbZw/s400/IMG_8309.JPG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Cynthia Guimarães Taveira</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-FYUvSWkfGgc/T3dwnEKM7tI/AAAAAAAADS8/6ezcvBUvdME/s1600/IMG_8303.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-FYUvSWkfGgc/T3dwnEKM7tI/AAAAAAAADS8/6ezcvBUvdME/s400/IMG_8303.JPG" width="266" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Renato Epifânio</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-oqcLLDzd38w/T3dxO9S7QPI/AAAAAAAADTE/s7EISgSEfWA/s1600/IMG_8355.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://4.bp.blogspot.com/-oqcLLDzd38w/T3dxO9S7QPI/AAAAAAAADTE/s7EISgSEfWA/s400/IMG_8355.JPG" width="266" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Miguel Real</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-639005616640842012-03-30T20:59:00.000+01:002012-03-30T20:59:57.427+01:00AMANHÃ HÁ FILOSOFIA AO VIVO EM SESIMBRA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-w5KN5caEZYA/T3YPykS4ZWI/AAAAAAAADSU/OtK01qwFxoo/s1600/fractais.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-w5KN5caEZYA/T3YPykS4ZWI/AAAAAAAADSU/OtK01qwFxoo/s1600/fractais.jpg" /></a></div><br />
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<span lang="PT"><strong><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Congeminações 2012</span></strong></span><br />
<a href="http://circuloantoniotelmo.files.wordpress.com/2012/02/imagem-014.jpg"><span lang="PT"><span style="color: black;">II ciclo de estudos em homenagem a Ant</span></span></a><span lang="PT"><u><span style="color: black;">ónio Telmo</span></u></span><br />
<span lang="PT"><u><span style="color: black;"><br />
</span></u> <b><span style="color: #990000;">O legado da Renascença Portuguesa: livros e autores</span></b></span><br />
<b> </b><br />
<b>Março</b> a <b>Novembro </b>de 2012<br />
Biblioteca Municipal de Sesimbra<br />
<b></b><br />
<b>31 de Março, 15:00<br />
</b><br />
Apresentação do nono número da revista <span style="color: #b45f06;"><strong>NOVA ÁGUIA</strong></span>: Nos 100 anos da Renascença Portuguesa: como será Portugal daqui a 100 anos?<br />
<i></i><br />
<i>intervalo<br />
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Colóquio <b><span style="color: #741b47;">A Renascença Portuguesa: Contexto, panorama e perspectivas</span></b><br />
<b> </b><br />
Oradores:<br />
<b><span style="color: #660000;">Miguel Real</span></b> – A Renascença Portuguesa: uma visão panorâmica<br />
<b><span style="color: #741b47;">Maurícia Teles da Silva</span></b> – O movimento da Renascença Lusitana e a música de Óscar da Silva e Cláudio Carneyro<br />
<b><span style="color: #b45f06;">Cynthia Guimarães Taveira</span></b> – A Renascença Portuguesa e as Belas Artes – Soares dos Reis e António Carneiro<br />
<span lang="EN"></span>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-1572621777679518392012-03-28T17:23:00.000+01:002012-03-28T17:23:06.812+01:00AFORISMOS, 134<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-ZF7u-WZq1yo/T3M6EvB2igI/AAAAAAAADSM/vqTloBseZ3k/s1600/imagesCAEMM4BI.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="222" src="http://2.bp.blogspot.com/-ZF7u-WZq1yo/T3M6EvB2igI/AAAAAAAADSM/vqTloBseZ3k/s320/imagesCAEMM4BI.jpg" width="320" /></a></div><br />
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<strong><span style="color: #b45f06;"><span style="color: black;">E</span>d<span style="color: black;">u</span>a<span style="color: black;">r</span>d</span><span style="color: black;">o</span><span style="color: black;"> </span><span style="color: #b45f06;">A</span><span style="color: black;">r</span><span style="color: #b45f06;">o</span><span style="color: black;">s</span><span style="color: #b45f06;">o</span></strong><br />
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Não se pode dizer que Deus não surja no caminho do ser humano. Este é que se não apresenta, como deve, ao seu Criador, esquecido da sua origem. É neste jeito de andar no mundo que o ditado popular «quem não aparece, esquece» pode ter um significado mais profundo. Quando Nietzsche propalou o seu dito «Deus está morto», vestiu a frase com a roupa do avesso. </span>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-76056595924665105742012-03-21T11:44:00.000+00:002012-03-21T11:44:15.361+00:00HÖLDERLIN PARA A PRIMAVERA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-zj-33crjVbE/T2m-AzTJdTI/AAAAAAAADSE/dYmO9yb6Gq8/s1600/primavera.gif" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="262" src="http://2.bp.blogspot.com/-zj-33crjVbE/T2m-AzTJdTI/AAAAAAAADSE/dYmO9yb6Gq8/s400/primavera.gif" width="400" /></a></div><br />
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STUTTGART<br />
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A Siegfried Schmidt<br />
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I<br />
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Vivemos de novo uma alegria. Já cedeu a funesta secura,<br />
E a crueza da luz deixou de queimar as flores.<br />
A sala voltou a abrir-se e o jardim viceja,<br />
E o vale, refrescado pela chuva, rumoreja brilhante,<br />
Alto, cheio de plantas, aumenta o caudal dos ribeiros e as asas<br />
Prisioneiras lançam-se de novo para o reino do canto.<br />
O ar está cheio de seres alegres e a cidade, o bosque, está<br />
Repleto, toda à volta, da satisfação dos filhos do céu.<br />
O encontro é-lhes grato e espraiam-se uns por entre os outros,<br />
Despreocupados, e nenhum é de menos, nem demais.<br />
Assim o dispõe o coração e a graça de respirar foi-lhes<br />
Predestinada e concedida por um espírito divino.<br />
Mas os caminhantes seguem também a direcção certa e trazem<br />
Abundantes grinaldas e cantos, enfeitam<br />
O sagrado bastão com cachos e folhagem e cobre-os a sombra<br />
Dos abetos; de aldeia em aldeia e de dia para dia passa a felicidade,<br />
E como carroças atreladas e animais selvagens os montes<br />
<div align="left"> Avançam e o caminho suporta a carga apressando-se.</div><div align="left"> </div><br />
<div align="left"> </div>Hölderlin, Friedrich, <i>Elegias</i>, Assírio & Alvim edições, 1999, pág. 57<br />
<div align="left"></div>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-51293830616894303422012-03-19T12:07:00.001+00:002012-03-19T12:09:04.857+00:00EXTRAVAGÂNCIAS II, 4<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-7MCyvXF6JNQ/T2cg3V15RlI/AAAAAAAADR8/FQmTmoqcgbA/s1600/olho1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-7MCyvXF6JNQ/T2cg3V15RlI/AAAAAAAADR8/FQmTmoqcgbA/s320/olho1.jpg" width="263" /></a></div><br />
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<strong>O Olho</strong><br />
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<strong><span style="color: #b45f06;">Cynthia Guimarães Taveira</span></strong><br />
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<span style="color: black;"><span lang="EN">A vida é um sonho. Sonhamo-nos uns aos outros. Sonhamos com teias e nós bem cerrados que não são mais do que o encontro dos sonhos uns dos outros. Os sonhos, que são a vida, permitem que nos encontremos nas esquinas dos acasos. Às vezes sonhamos que estamos tão próximos uns dos outros que, não só nos encontramos, de facto, como, por fim, Acordamos quando essa aproximação se torna Encontro. Os sonhos que sonhamos, as presenças que provocamos, são afinal, formas de abrir aquele olho que “às vezes dorme”.</span></span>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-75921404841251672732012-03-17T14:02:00.000+00:002012-03-17T14:02:31.725+00:00RECORDAR...ANTÓNIO TELMO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-N7FfDtG2biQ/T2SY6y_RlgI/AAAAAAAADR0/CQdiqYCHkTc/s1600/espiral.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-N7FfDtG2biQ/T2SY6y_RlgI/AAAAAAAADR0/CQdiqYCHkTc/s1600/espiral.jpg" /></a></div><br />
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<strong>Por sugestão de Paulo Santos recordemos:</strong><br />
<span lang=""><div align="JUSTIFY"><br />
</div><div align="JUSTIFY"><br />
</div><div align="JUSTIFY">«[…] O Mesmo E O Outro</div></span><div align="JUSTIFY"><span style="font-family: Palatino Linotype;"><strong>Os verdadeiros iniciados são os filósofos.[...] só a filosofia é iniciática. Se há filosofia que o não seja […] [é] a que se aprende nos livros e só neles […]</strong></span></div><span style="font-family: Palatino Linotype;"><strong> </strong><br />
<div align="JUSTIFY"><strong>Os alquimistas, que designavam a iniciação por <i>arte régia</i>[...] não consentiam que o nome de <i>filósofo</i> fosse dado a quem não conhecesse os régios segredos da sua arte. Os súfis, que não são místicos, como confusamente se escreve e diz, mas sábios iluminados que atingiram os mais altos graus de iniciação, exigiam dos discípulos uma profunda preparação de sete anos nas sete disciplinas filosóficas, antes de os lançarem nas experiências subtis que conduzem gradualmente à epoptia, a perfeita contemplação de Deus. Tal o caso, no supremo exemplo, de Ibn Arabî. É muitas vezes lembrada a sua advertência, onde o mais venerável dos mistagogos muçulmanos afirma que <i>filosofia sem iniciação a nada conduz iniciação sem filosofia leva à imbecilidade</i>, advertência que, se não as identifica uma com a outra, as necessita mutuamente.</strong></div><strong> </strong><br />
<strong>O engano neste ponto essencial teve o seu início, no Ocidente, na oposição que o Renascimento, sobretudo italiano, criou entre Platão e Aristóteles, com a intenção mais ou menos velada de atacar a Igreja Católica que adoptara o segundo como filósofo de apoio à sua dogmática teológica; e os ocultistas românticos do[s] século[s] XVIII e XIX chegaram ao extremo de afirmar que o discípulo grego representa perante o mestre grego a oposição ao ocultismo. Em termos menos <i>secretos</i> tal oposição surge constantemente na filosofia livresca e cultural marcando toda a diferença entre misticismo e racionalismo. José Marinho escreve longas páginas no intuito de desfazer o engano […] o racional e o irracional são limites moventes, cuja profunda relação se dá onde quer que o espírito se assume como verdadeiro pensamento.</strong><br />
<strong> </strong><br />
<strong>A oposição que se diz existir expressa nos textos de Aristóteles não é entre os dois filósofos, mas entre platónicos e aristotélicos. Decorreu a cisão […] sem inspiração hermética […] sem assumir a qualidade de hermenêutica […] [como dizia Marinho:] «Hoje se tornou de novo possível, pela adequada hermenêutica dos textos, vermos filósofos […] pensarem o mesmo de diversos modos.» A teologia católica, fazendo da teologia de Aristóteles sua serva, ditou a separação, quando os seus adversários recorreram a Platão para, contrapondo-o ao discípulo, proporem formas de actividade espiritual onde o conhecimento pela fé e pela imaginação dispensa o dogma e se assume como filosofia. Aqui convém distinguir imaginação de fantasia e, sobretudo, lembrar a distinção decisiva entre fé e crença […] <i>A fé do Evangelho, que move montanhas</i> e que tem o seu equivalente no pensamento germânico na <i>vontade mágica</i> dos seus filósofos é, para o nosso pensador, traduzindo São Paulo, <i>a garantia estável de que pode esperar-se a possibilidade de volver o íntimo e seguro olhar para tudo quanto é secreto</i>. </strong><br />
<strong> </strong><br />
<strong>Aristóteles foi, durante vinte anos […] ouvinte de Platão. Só quando este morreu, fundou escola própria, o Liceu, talvez movido por profundas incompatibilidades com os condiscípulos. De resto é o que necessariamente acontece sempre. Todo o ensino vivente, e não o ensino de uma tradição morta, vai criar nos discípulos do mestre que o transmite formas singulares e distintas de convívio com a verdade, por tal modo que, ao dar-se o desaparecimento terrestre do <i>pólo</i> visível desse ensino surgem divergências entre eles e até oposições onde por vezes se perderá a relação com a unidade invisível que parecia garantida pela presença espiritual do mestre, na recordação ou por processos mais elevados. Foi este, entre nós, o caso da escola de Leonardo Coimbra. Homens como José Marinho, Álvaro Ribeiro, Sant'Ana Dionísio, Delfim Santos, Agostinho da Silva, para só citar os cinco mais distintos, criaram obra própria e singular, onde está mais ou menos presente o espírito de Leonardo, mas nem sempre se têm entendido no plano da acção menos inspirada.</strong><br />
<strong> </strong><br />
<div align="JUSTIFY"><strong>Se o discípulo, como se diz, tende a matar o mestre, de acordo digamos com o paradigma trágico e iniciático, é para o integrar em si e na nova ideia que lhe foi dado individualmente anunciar. O conflito, se chegar a dar-se, é sempre entre os condiscípulos. Quanto não é absurdo aceitar que Aristóteles, tendo sido conduzido pela mão de Platão aos mais altos graus da filosofia ou da iniciação, tenha esperado pacientemente longos anos pelo momento em que pôde dizer não! Só a completa ignorância do que é a filosofia, enquanto portadora de um ensino esotérico, pode levar a afirmar o que é uma rigorosa impossibilidade.</strong></div><strong> </strong><br />
<strong>[…]</strong><br />
<strong> </strong></span><span style="font-family: Palatino Linotype; font-size: medium;"><span style="font-family: Palatino Linotype; font-size: medium;"></span></span><br />
<span style="font-family: Palatino Linotype; font-size: medium;"><span style="font-family: Palatino Linotype; font-size: medium;"><div align="JUSTIFY"><strong>Valete Frates»</strong></div></span><div align="JUSTIFY"></div></span><div align="JUSTIFY"><span style="font-family: Palatino Linotype;"><strong>págs. 175-179 <i>in</i> Telmo, António, <u>Congeminações de um Neopitagórico</u>, Zéfiro, Sintra, 2009.</strong></span></div>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-37721577549366388732012-03-12T11:35:00.001+00:002012-03-14T12:34:59.227+00:00MANIFESTO PARA OS DIAS QUE CORREM<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-Q1To__qKZcs/T13eFmZVsSI/AAAAAAAADRs/7UrFahhkUv8/s1600/sampaio+bruno.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-Q1To__qKZcs/T13eFmZVsSI/AAAAAAAADRs/7UrFahhkUv8/s1600/sampaio+bruno.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div>Agora <br />
que a soberbia e o fanatismo andam de mãos dadas na Casa de Portugal;<br />
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">que o individualismo egótico se compraz no afã do proselitismo;</div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">que quem se serve dos epigramas não hesita sequer em recorrer a núncios; </div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">que os mestres, logo que partem, se vêem forçados a seguir, submissos, os discípulos conjecturais; </div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">que a pretensão da gravidade hierática encobre o rigor de um clericalismo extreme;</div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">que a estreita baia do método parece servir de corpete ao livre assomo do espírito;</div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">que a incómoda evidência dos textos clássicos é negada até à amputação; </div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">que se chega ao ponto de se julgar moralmente os supostos irmãos espirituais;</div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">que se confunde a plasticidade amorável do universalismo português com a abjuração do rijo cerne da hombridade;</div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;">que um estranho modismo exótico, contrário à herança gloriosa e romântica das pátrias, aparece alçado a cânone do pensamento português;<br />
é preciso lembrar que o fundador da filosofia portuguesa, como Álvaro Ribeiro escreveu, foi Sampaio Bruno, que a si mesmo, n’<i>A Ideia de Deus</i>, obra-prima da maturidade, se definia como um “jacobino”, ali onde nos lembra que as ideias, ao invés dos sentimentos, não mudam.<br />
Falemos então de ideias, de uma tradição de pensamento sempre dedicada ao outro, que é o povo, e maiormente a nação, esse substrato da pátria portuguesa.<br />
Falemos de uma escola – a da Renascença Portuguesa – cujos mentores (Pascoaes, Leonardo, Cortesão, Pessoa) fundaram as Universidades Populares, se opuseram ao Estado Novo, defenderam os pedreiros livres e a democracia, sofreram a prisão, partiram para o exílio, tudo em nome do povo e daquela liberdade que algum dia o há-de poder libertar.<br />
Falemos, pois, de uma escola em permanente compromisso com a vida, facho que os continuadores, Álvaro Ribeiro e Agostinho da Silva, tão bem souberam transportar.<br />
Falemos de António Telmo, propugnando a humildade e a atenção ao outro na sua autobiografia espiritual, esse escrito derradeiro – note-se, <i>derradeiro</i> – em que tão pouco entusiasmo revela perante os <i>caminhos habituais</i>.</div><div align="justify" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
Falemos de agora em nome do futuro.</div><div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0cm;"><b>Luís Paixão</b></div><div align="left" class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="margin-bottom: 0cm;"><b>Pedro Martins</b></div>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-76424764816995175742012-03-07T21:28:00.000+00:002012-03-07T21:28:18.419+00:00COMENTÁRIO A UM COMENTÁRIO...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-ej-105dQFaE/T1fSaPsUhyI/AAAAAAAADRk/zeWlw5_LdJU/s1600/imagesCAJ3SCWG.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-ej-105dQFaE/T1fSaPsUhyI/AAAAAAAADRk/zeWlw5_LdJU/s1600/imagesCAJ3SCWG.jpg" /></a></div><span lang="PT"><br />
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</span><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"> </div><div align="JUSTIFY">A PROPÓSITO DE UM AFORISMO MEU SOBRE PEDRO SINDE E DE UMCOMENTÁRIO *<br />
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<span style="color: #e69138;"> <b>Eduardo Aroso</b></span><br />
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</div><div align="JUSTIFY">«Caro Eduardo: se me permite uma crítica, não me parece muito feliz o aforismo relativo ao Pedro Sinde, nem pelo aspecto do oculto nem pelo aspecto da serpente. Há nos escritos dele uma luminosidade que desoculta e uma visão certeira de um falcão que em nada lembram um serpentear... (João Pedro Secca)».</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"> </div><div align="JUSTIFY">Antes de mais, pedindo licença ao autor deste comentário para reproduzi-lo, gostaria de dizer que só pelo facto da extensão da minha resposta o trago aqui. Começo por lhe dizer que, a propósito dos meus aforismos, ao verter na escrita o que vai em mim, exponho voluntariamente a minha pequenez humana. Creio que quem ousa escrever aforismos pisa sempre o terreno da dificuldade, senão mesmo da impossibilidade de, em poucas palavras, expressar a essência de uma obra ou pensamento de um autor (não vem agora ao caso a última conversa que tive com António Telmo, ao telefone, que foi precisamente sobre os aforismos de um modo geral e das minhas incursões, em particular). Prossigamos, portanto. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"> </div><div align="JUSTIFY">Não é minha intenção qualquer ímpeto de lição, sabedoria e muito menos de mestria, presumida ou assumida. Aliás, já tenho afirmado que, almejando a minha inteira realização em Deus, não sou (nem espero ser) mestre de ninguém, e ao mesmo tempo, e de certo modo, acalento a possibilidade de ser mestre de mim mesmo. Tenho tido a ventura de gostar de aprender com pessoas humildes do Povo (como diria Agostinho da Silva, aprender com analfabetos!) e com outros (que é bom de ver quais são) cuja aproximação se faz naturalmente, isto é, pelo semelhante que atrai o semelhante, no conflito dos contrários.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"> </div><div align="JUSTIFY">Mas vamos ao aforismo em causa, relativo ao Pedro Sinde «O oculto serpenteia nele». No resumo dos resumos, repare que eu não explicitei minimamente QUAIS OS MOVIMENTOS DESSE OCULTO. Como certamente sabe, na palavra <i>oculto</i> (tive o cuidado de não escrever <i>ocultismo</i>, o que poderia dar outro sentido à frase) podemos entender – sem querer ser aqui intencionalmente dualista – o bem ou o mal, e é bom lembrar que a própria Bíblia, numa conhecida expressão de Cristo, nos convida a ser «sábios como as serpentes e inofensivos como as pombas». É claro que, no caso em apreço do aforismo sobre Pedro Sinde, só podemos entender o lado luminoso, e assim sendo, quando eu utilizo a forma verbal «serpenteia», digo em potência que em Pedro Sinde há movimento, e se é serpentino é movimento de totalidade. Quando a serpente se desloca não vai em linha recta; segue ora à direita, ora à esquerda (Pessoa, entre outros, lembrou-nos bem deste importante pormenor). Porém, na analogia com o pensamento, e ao contrário do ziguezaguear caótico de qualquer corrente materialista, é um movimento que apesar de horizontal (mecânico), no plano do espírito é como que em espiral. É, assim, susceptível simbolicamente de ser um caminho de totalidade, cujo cumprimento depende apenas do discípulo. É o caminho que pode representar – ora ciclicamente, no discípulo, ou num constante assumir o que se poderia chamar via alquímica de simultaneidade – a razão e o coração; o pensador e o místico; o masculino e o feminino. Em resumo, «serpenteia», no meu aforismo, sugere movimento de totalidade. No caso de Pedro Sinde, recorrendo à metáfora, faz dele como que o caule que a seiva percorre, intensa e promissora, na certeza de haver (ou ser) primavera. É claro que, na abundante dificuldade do aforismo não pode haver farto rigor. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"> </div><div align="JUSTIFY">Nos livros de Pedro Sinde <i>O Canto dos Seres </i>e <i>Teoria Nova da Antiguidade</i>, embora sendo obras muito diferentes tanto na temática como na abordagem, há neles, sem dúvida, e utilizando as palavras do João Pedro Secca, «luminosidade que desoculta». Contudo, na tal compleição contrastante dos referidos livros não pretendo dizer que correspondem aos extremos do ziguezague serpentino.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"> </div><div align="JUSTIFY">Tomando a parte final do seu comentário, não sei se o voo do pensamento do Pedro Sinde é de falcão, de pomba ou de águia. Nisto, vamos inevitavelmente até à esfinge, talvez mais enigmática que a própria vida serpentina, pois é bem maior a complexidade constitutiva dos seus elementos. Tomando algo da simbologia da esfinge, poderá o voo de Pedro Sinde ter, por exemplo, uma asa de pomba, a outra de falcão e os olhos de águia? O futuro o dirá. Se considerarmos esta (nem tanto paradoxal) hipótese, não estamos nem a negar a esfinge, nem a anular a afirmação de Pessoa «o nosso destino é sermos tudo», nem a negar o meu modesto aforismo. O mais oculto disto tudo - isto sim, bem mais oculto – é que, a existir essa condição, só poderá haver voo numa atmosfera que lhe corresponda.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"> </div><div align="JUSTIFY">1 de Março de 2012</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"> <span style="font-size: x-small;"><span lang="EN"></span></span></div>Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-14630040789066597062012-03-05T04:00:00.000+00:002012-03-05T04:00:58.578+00:00CANÇÃO TRADICIONAL, JOANINA DE LIBERDADE...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-qO8KRDrJcSk/T1Q6G2Db5WI/AAAAAAAADRU/Vbg7_1FadQc/s1600/imagesCAO02DQG.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" src="http://2.bp.blogspot.com/-qO8KRDrJcSk/T1Q6G2Db5WI/AAAAAAAADRU/Vbg7_1FadQc/s320/imagesCAO02DQG.jpg" width="320" /></a></div><br />
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As pombinhas da Catrina,<br />
andam já de mão em mão,<br />
foram ter à quinta nova,<br />
ao pombal de S. João. <br />
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Ao pombal de S. João,<br />
ao quintal da Rosalina.<br />
Minha mãe mandou-me à fonte,<br />
eu parti a cantarinha. <br />
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Ao passar o ribeirinho,<br />
água sobe e água desce,<br />
dei a mão ao meu amor,<br />
não quiz que ninguém soubesse. <br />
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Se tu és o meu amor,<br />
dá-me cá os braços teus,<br />
se não és o meu amor,<br />
vai-te embora, adeus, adeus. <br />
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Por ser o pombal tão estreito,<br />
e asas termos pr'a voar,<br />
nós voamos com tal jeito,<br />
que não qu'remos já voltar. <br />
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Se alguém nos vê passar,<br />
diz: que lindos que eles são;<br />
nós não queremos já voltar,<br />
mas andar de mão em mão. <br />
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Sem ter beira nem patrão,<br />
o voar é nossa sina.<br />
- vão andar de mão em mão,<br />
as pombinhas da Catrina.Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-81360132638828014942012-03-03T00:40:00.000+00:002012-03-03T00:40:35.721+00:00ADEUS DALILA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-Id7gPv1oh3E/T1FoYISYfvI/AAAAAAAADRI/FlJNhAwW4jk/s1600/imagesCAOFFEKJ.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-Id7gPv1oh3E/T1FoYISYfvI/AAAAAAAADRI/FlJNhAwW4jk/s1600/imagesCAOFFEKJ.jpg" /></a></div><br />
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Devo-te a vida<br />
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CynthiaSerra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.com0