tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post8434357368361212093..comments2023-11-15T08:52:05.382+00:00Comments on Cadernos de Filosofia Extravagante: FANTASIAS GRÁTIS E IMAGINAÇÃO À VENDA, 4Serra d'Ossahttp://www.blogger.com/profile/11433956200505541014noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-274457258080395258.post-83232288878695093072009-08-01T19:44:21.028+01:002009-08-01T19:44:21.028+01:00PRODUTO DE CONSUMO
Sou um produto de consumo, av...PRODUTO DE CONSUMO<br /><br /><br />Sou um produto de consumo, avaliado em metros cúbicos de cêntimos furados. Sou vendido nos ecrãs das modelagens artificiais e artísticas. Sou a pronúncia da qualidade que se analisa e qualifica consoante os fóruns que conseguir lotar. Só tenho a liberdade de ser quem sou, segundo os parâmetros traçados pelos delicados rituais da publicidade projectada com o último grito da tecnologia de ponta. Sou vendido nos extensos palcos da teatralização maquinal, onde o mundo é uma bola de futebol ao alcance de qualquer baliza. Se escrevo pontualmente, logo há os vigilantes que me limitam a liberdade das vírgulas e impõem os condicionalismos próprios das sílabas que não soam bem aos ouvidos, cujas sensibilidades parasitárias são anúncios de prática corrente. A Arte do consumo é o consumo da Arte que se vende em pacotes de verbos alucinados, em plateias de grandes retóricas e de escassas ideias, cujas originalidades são elevadas à máxima potência dos foguetórios caseiros. Eu sou consumido pelo consumo de quem me consome o grafismo e a sedução do meu perfeccionismo entre a massa domesticada que mastiga a massa anónima, vagueando pelos centros da moda, que é a moda de quem não sabe que é moda. A voracidade do consumo é o padrão da estética e a arquitectura económica é a paisagem original da ciência que nos regula a cultura da aculturação, vestindo-nos as oratórias com as passerelles do fundamentalismo crioulo de que ninguém abdica em nome do sagrado hábito de se consumir o que só se cria como actos de consumo. Como produto de consumo que sou, herdo as prateleiras da fantasia onde o preservativo é o modelo da revolução que se constrói nas fábricas dos autómatos que transformam o consumo, no sonho sexual da paralisia nocturna. Os ecrãs onde germinam os livros, os filmes, as pinturas, as esculturas e a música são injecções em doses maciças de minimalismo consumista, mas juro que é um chip que nos processa a mentalidade com a Arte da diagonal. Eu como produto de consumo sou uma diagonal que se traça à mascarada do Futuro.<br /><br /><br /> Jorge Brasil MesquitaJorge Mesquitahttps://www.blogger.com/profile/17597306807104021350noreply@blogger.com